Sunday, December 07, 2008

afectos


Não se pode viver sem pensar e não se pode pensar sem palavras. Mas as palavras, quando despojadas da vida são a hemorragia, o esvaziamento da alma. A hemorragia das palavras, está a perder a nossa civilização. Os homens e as sociedades estão a esvaziar-se. Vivemos uma existência anêmica porque abusamos das palavras. Os discursos não param. Perdemos a nossa vida em discussões, e em confissões públicas, e em debates, em processos. [...]vamos passar a história com a idade dos processos. Estamos a ser sangrados pelas palavras.

Os nós e os laços
António Alçada Baptista(1927-2008)

21 comments:

bono_poetry said...

...que as palavras coexistam com as accoes e o presente...que o passado seja belo de recordar e o futuro construido nos planos e projectos das palavras consentidas...ha que dar responsabilidades as mesmas...

Maria said...

É um livro que vou reler...

Beijo, Velas

mfc said...

Ele deixou-nos palavras cheias.

ruth ministro said...

Grande verdade.

Beijos

Anonymous said...

Era bom que todos reflectissemos um pouco sobre isso... Beijinho*

just me, an ordinary girl said...

Acho que as palavras sao faceis demais e vazias, muitas vezes.
Mas existem aquelas palavras, que nada esperamos delas a nao ser que nos "entretenham" e dessas eu gosto. A muitas outras, eu nem presto atenção.
Dizer menos e fazer mais, devia ser um propósito nosso...

Um beijo meu, velinhas.

Teresa Durães said...

uma boa homenagem!

borrowingme said...

sangraram-me palavras ao saber da sua partida.

boa semana velinha.

Vício said...

para uma hemorragia de palavras é preciso que estas sejam feitas de sangue!
muitos conseguem-nas!
mas ao contrário do sangue, as palavras começam a perder o seu real valor por serem tão banalizadas...

Su said...

palavras--tantas--------------

jocas maradas de sentires

Maria P. said...

Muito bem.

Beijinho*

Anonymous said...

Não conhecia... mas valeu a pena.
Desfazemo-nos em palavras, muitas delas perdem o sentido pelo caminho e efectivamente cada um ouve apenas aquilo que entende.
pelo menos um abraço não tem tradução, sente-se...

Deixo-Te aqui um. :)

Mãos de Veludo said...

ficaram as suas palavras... magníficas!

Anonymous said...

..por esse motivo éque passei a sonhar sob a forma de imagens e sensações, não que goste de contrariar grandes vultos da cultura, ou por querer ser diferente, é por mau feitio mesmo...

grande homem o Alçada, grande perda.

..ma beijoca

:)

CANHOTO* said...

Obrigado pelo simpático comentário no blog.
Em relação ao Alçada Baptista, ainda estou a digerir a sua morte...
Sinto que há poucas pessoas como ele que caminham pelos afectos com tanta mestria...
Os livros que deixou contêm perolas que não devemos perder...
Ficou a tua homenagem! Eu tb deixei a minha... E vou reler todos os seus livros....
;)*

Bandida said...

um grande abraço para ti!

b

Lu.a said...

É um ponto de vista...!

Beijoka para ti :)

Cruztáceo said...

há demasiadas palavras...

João o Protestante said...

Sinto-me na obrigação de te dizer que voltei!

Desculpa o desaparecimento sem mais nem menos, e não ter respondido aos comentarios que na altura deixas-te...é bom voltar a passear por aqui.

espero que esteja tudo bem!

AC said...

... e são tão poucos aqueles com quem se partilham os silencio sem incomodo...

Bom post!!

Nani said...

Também nos esvaímos com os silêncios ... digo eu... :S