A realidade é coisa delicada
de se pegar com as pontas dos dedos.
Um gesto mais brutal, e pronto: o nada.
A qualquer hora pode advir o fim.
O mais terrível de todos os medos.
Mas, felizmente, não é bem assim.
Há uma saída - falar, falar muito.
São as palavras que suportam o mundo,
não os ombros. Sem o porquê, o sim,
todos os ombros afundavam juntos.
Basta uma boca aberta (ou um rabisco
num papel) para salvar o universo.
Portanto, maus amigos, eu insisto:
falem sem parar.
Mesmo sem assunto.
[Paulo Henriques Britto]
2 comments:
Falemos então do que nos preocupa...!
Sabias que...
Posso entrar na conversa?
Acho que é uma belíssima catarse!
Beijinho, Velinha.
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