Quanto ao Caos Calmo é de um filme terno de loucura.O enredo é simples: após a morte da mulher, o empresário Pietro Paladini (vivido por Nanni Moretti) decide passar seus dias na praça em frente à escola infantil da sua filha e faz sua vida acontecer em um banco de madeira do jardim frente à mesma.Frequentemente, Pietro é acometido de uma estranha mistura de caos e calma. Desde a morte da sua mulher que não tem paz. Lara morreu, inesperadamente, num dia de Verão. Pietro não estava em casa, na altura. Estava na praia com o irmão, a salvar a vida de uma outra mulher, uma desconhecida. Um dia, quando está a levar a filha à escola primária, Pietro decide esperar por ela no carro. E continua a fazer o mesmo nos dias que se seguem. É como se estivesse a refugiar-se no carro, ali sentado, à espera da dor da solidão. Escondido no seu automóvel, começa a observar o ambiente e descobre os refúgios dos outros. Os seus patrões, colegas e familiares aparecem para reconfortá-lo. Mas a única coisa que conseguem fazer é falar-lhe da sua própria dor sem limites e fugirem da sua incompreensível calma. No entanto, Pietro começa lentamente a recuperar.
Ficha técnica do filme-Realização: Antonello Grimaldi. Elenco: Nanni Moretti, Valeria Golino, Isabella Ferrari, Alessandro Gassman, Hippolyte Girardot, Blu Yoshimi, Kasia Smutniak, Denis Podalydès, Charles Berling, Silvio Orlando. Nacionalidade: Itália 2008.
“Io non sto fermo: io me muovo!”
(Pietro-NANNI MORETTI )
o título - Caos Calmo - evoca uma possível contradição. como pode um caos ser calmo? de que maneira estabelecer serenidade numa situação de desordem? mas quantos de nós face a uma situação caótica não reagimos já com uma estranha calma...continuo a achar que não somos seres racionais ou pelo menos não inteiramente e por isso tentamos administrar tantas vezes internamente o máximo de controlo que conseguimos. tentamos conter o caos e manter a calma. às vezes a nossa calma( e neste caso a dele) está de acordo com o nosso próprio caos que temos que saber gerir para todos os dias nos levantarmos da cama e seguir caminho.mesmo que de olhos molhados e peito apertado, como se o que sentimos, o que andamos para dizer faz tempo e o servisse assim: igual para todos, diferente para cada um.
A primavera é quando ninguém mais espera.
A primavera é quando não.
A primavera é quando do escuro da terra
ascende a música da paixão.
A primavera é quando ninguém mais espera
e desespera tudo em flor.
A primavera é quando ninguém acredita
e ressuscita por amor.
(poema lido por aí..mas não sei o autor)
10 comments:
Os filmes deeste senhor são sempre tão chatos que eu não os consigo ver ate ao fim....
:)
Adoro Nanni Moretti...
Beijo
Quarto do Filho é uma lição de vida...
Nunca vi este.
Não o vi. Se o universo, no início era o caos, só vejo de uma forma calma
Ó Velinha, tu andas a ver muitos dramas.Ficas como a pic do teu post anterior.
Precisas animar-te!
Olha, eu "desliguei-me" de tristezas.Bloqueio tudo que nada acrescenta felicidade a esta passagem por cá.Afinal,é um desperdicio da nossa vida.
NO próximo Domingo quero-te de sorriso ENORME no rosto.
Vá,FORÇA!
Beijinho
ah! li tudo que escreveste para trás.Já estou em dia.
Tem um Bom dia ;)
ainda outra coisa....o Rufus é um dos meus preferidosjá faz tempo.
Ao ler-te, assaltaram-me duas ideias: o luto e a luta.
Como se gere um luto?
Como se gere uma luta?
O luto é visível.
A luta existe na aparente dualidade emoção/razão...
Estou quase convencido que queremos ser comandados somente pela emoção.
Beijos.
Olá Vela,
O filme parece-me interessante! Acho que só pela Banda Sonora Radiohead e Rufus Wainwright....já diz tudo:)
No teu Post falas que numa situação de caos muitas vezes não somos seres racionais, concordo contigo, agora não sei se essa irracionalidade está relacionada com o "Choque" da situação ou se é alguma força inexplicavel que o ser humano encontra dentro de si próprio para enfrentar com tranquilidade.
PS: Grande testamento para 1ª visita :)
Pelo que andei a cuscar, Adorei o teu espaço!
Já tens mais uma cusca por cá.
Beijinhos
Sonia
muito muito bom este filme
como se gere um luto?
digamos, que se gere como desespero em flor, e desperta-se um dia não acreditando que já não doi.
a recordação, essa, permanece
e seremos os mesmos á mesa, enquanto um de nós existir (li por aí)
beijinhos
Velas
Conseguiste abrir-me o apetite para ir ver o filme.
Vou ver se o vício me leva...
E sim, a nossa capacidade de autocontrole é fantástica!
é uma espécie de antídoto contra o mal que eventualmente poderíamos fazer a nós próprios...
Gostei da tua apreciação e do poema sem autor, também.
Beijo
Beijo
Gosto de contradições... no fundo são todas meramente aparentes... e de contrários, e de opostos... vejo-os como faces da mesma moeda pedindo para serem unidos, harmonizados, conjugados. Talvez por isso conheça tão bem a calma no meio do caos, já que é um fenómeno que costuma suceder-me... daí por vezes gostar do caos, sentir necessidade dele... para enfrentá-lo, preciso apenas sentir que mantenho o meu centro, o meu eixo interior imutável...
Construir a partir da dor é o que de mais inteligente podemos fazer... é a única maneira de superá-la definitivamente...
Fiquei interessada no filme... :-)) A sério que fiquei, deve ser delicioso!!
Beijos!!
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