Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina. A intervenção do secretário-geral do PS na abertura do congresso do passado fim-de-semana, onde se auto-investiu de grande paladino da "decência na nossa vida democrática", ultrapassa todos os limites da cara de pau. A sua licenciatura manhosa, os projectos duvidosos de engenharia na Guarda, o caso Freeport, o apartamento de luxo comprado a metade do preço e o também cada vez mais estranho caso Cova da Beira não fazem necessariamente do primeiro-ministro um homem culpado aos olhos da justiça. Mas convidam a um mínimo de decoro e recato em matérias de moral.
José Sócrates, no entanto, preferiu a fuga para a frente, lançando-se numa diatribe contra directores de jornais e televisões, com o argumento de que "quem escolhe é o povo porque em democracia o povo é quem mais ordena". Detenhamo- -nos um pouco na maravilha deste raciocínio: reparem como nele os planos do exercício do poder e do escrutínio desse exercício são intencionalmente confundidos pelo primeiro-ministro, como se a eleição de um governante servisse para aferir inocências e o voto fornecesse uma inabalável imunidade contra todas as suspeitas. É a tese Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro - se o povo vota em mim, que autoridade tem a justiça e a comunicação social para andarem para aí a apontar o dedo? Sócrates escolheu bem os seus amigos.
Partindo invariavelmente da premissa de que todas as notícias negativas que são escritas sobre a sua excelentíssima pessoa não passam de uma campanha negra - feitas as contas, já vamos em cinco: licenciatura, projectos, Freeport, apartamento e Cova da Beira -, José Sócrates foi mais longe: "Não podemos consentir que a democracia se torne o terreno propício para as campanhas negras." Reparem bem: não podemos "consentir". O que pretende então ele fazer para corrigir esse terrível defeito da nossa democracia? Pôr a justiça sob a sua nobre protecção? Acomodar o procurador-geral da República nos aposentos de São Bento? Devolver Pedro Silva Pereira à redacção da TVI?
À medida que se sente mais e mais acossado, José Sócrates está a ultrapassar todos os limites. Numa coisa estamos de acordo: ele tem vergonha da democracia portuguesa por ser "terreno propício para as campanhas negras"; eu tenho vergonha da democracia portuguesa por ter à frente dos seus destinos um homem sem o menor respeito por aquilo que são os pilares essenciais de um regime democrático. Como político e como primeiro-ministro, não faltarão qualidades a José Sócrates. Como democrata, percebe-se agora porque gosta tanto de Hugo Chávez.
José Sócrates, no entanto, preferiu a fuga para a frente, lançando-se numa diatribe contra directores de jornais e televisões, com o argumento de que "quem escolhe é o povo porque em democracia o povo é quem mais ordena". Detenhamo- -nos um pouco na maravilha deste raciocínio: reparem como nele os planos do exercício do poder e do escrutínio desse exercício são intencionalmente confundidos pelo primeiro-ministro, como se a eleição de um governante servisse para aferir inocências e o voto fornecesse uma inabalável imunidade contra todas as suspeitas. É a tese Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro - se o povo vota em mim, que autoridade tem a justiça e a comunicação social para andarem para aí a apontar o dedo? Sócrates escolheu bem os seus amigos.
Partindo invariavelmente da premissa de que todas as notícias negativas que são escritas sobre a sua excelentíssima pessoa não passam de uma campanha negra - feitas as contas, já vamos em cinco: licenciatura, projectos, Freeport, apartamento e Cova da Beira -, José Sócrates foi mais longe: "Não podemos consentir que a democracia se torne o terreno propício para as campanhas negras." Reparem bem: não podemos "consentir". O que pretende então ele fazer para corrigir esse terrível defeito da nossa democracia? Pôr a justiça sob a sua nobre protecção? Acomodar o procurador-geral da República nos aposentos de São Bento? Devolver Pedro Silva Pereira à redacção da TVI?
À medida que se sente mais e mais acossado, José Sócrates está a ultrapassar todos os limites. Numa coisa estamos de acordo: ele tem vergonha da democracia portuguesa por ser "terreno propício para as campanhas negras"; eu tenho vergonha da democracia portuguesa por ter à frente dos seus destinos um homem sem o menor respeito por aquilo que são os pilares essenciais de um regime democrático. Como político e como primeiro-ministro, não faltarão qualidades a José Sócrates. Como democrata, percebe-se agora porque gosta tanto de Hugo Chávez.
Resultado: uma queixa-crime contra o colunista do DN por aquela e outras referências no texto. Sócrates tinha ameaçado com processos os jornalistas que escreveram sobre o Freeport.
João Miguel Tavares foi ouvido no DIAP de Lisboa. Contactado pelo DN, o colunista declarou: "Agradeço a atenção que o senhor primeiro-ministro me dedicou de que não me acho merecedor."
Digo eu:
Ainda bem que temos um PM democrata...se ele não o dissesse eu ia apostar que era DITADOR!
Quanto a ti, João Miguel Tavares, estiveste muito bem!E melhor ainda é a frase pós DIAP!
13 comments:
Ai credo....
esta hora da manhã é ainda muita informação!
Ditador? é preciso ter descaramento, coitado do senhor um perseguido, acossado pelas más vontades e calúnias...
Yes we can, correr com este piolho sarnento, resta saber se o povão percebe bem a coisa, se deixa de ser preguiçoso e começa a somar 2+2
Bjos
Tita
espero que essa queixa crime tenha o mesmo fim que a que ele fez ao autor do blog Do Partugal Profundo
Bem,míúda Parabéns!!!!
Tudo isto é vergonhoso!!! espero honestamante que seja tudo esclarecido,porque estou farta de ouvir os ditos senhores se fazerem de vítimas. Quem faz tem de assumir e ser punido,seja lá quem for!!! Onde há fumo,há fogo!
Os escândalos rebentam e a culpa é dos jornalistas,naturalmente!!!
Mas falar é perigoso...
e cravo já murchou há muito tempo!
Não existe Justiça neste país,anda tudo à deriva!!!
Beijos
faz-me confusão esta ditadura disfarçada
VARA DE CÍNICOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
*
Espera já comento,
estou a ler Aleixo,
,
Quantas sedas aí vão,
quantos brancos colarinhos,
são pedacinhos de pão
roubados aos pobrezinhos,
,
in-António Aleixo,
,
conchinhas,
,
*
O que acho mais graça é que apesar de tudo ainda há quem diga que como não há oposição ele vai ganhar as próximas eleições!!
Seremos assim tão poucos os que vêm?!
Quanto a mim que sou apenas uma das milhares de professoras maltratadas com este governo, gostei particularmente da graçinha dele ter ido ler um estudo que elogiava o novo estatuto da carreira docente, dizendo que tinha sido escrito pela OCDE.
É preciso ter muita lata..
Passo "por cima" do teu post, para agradecer as tuas palavras, como por vezes palavras de quem tb não conheço, nos podem fazer sorrir, e pensar, apesar de tudo isto, apesar deste mundo, assim, ainda vale a pena, ainda exitem pessoas fantásticas...obrigada.
Beijinho com todas as cores de Maio para a tua vida:)
És linda, sabias?
Beijo
Sabes que eu gosto imenso do Sócrates eheheh :-D Ele, como o Cavaco, no seu tempo, perceberam muuuiiitttoo bem que o belo do tuga gosta do belo do chicote!!! :-|
Vais ver se eles de lá saem...
:-(
Buá.
Beijos.
Foi a melhor coisa que me podias ter dito! :') (não por teres chorado mas por saber que toquei.)
Estou bem Velinha :)
beijinhoo*
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