Thursday, June 28, 2007

Apetecia...


me e a ti?
Ontem foi dia de Metallica, diria que foi diferente do concertos que já tinha visto e mais ...foi à borla!



Wednesday, June 27, 2007

Sinto me assim.........

Erwin Wurm
Leopoldstadt (untitled)
2005


Sunday, June 24, 2007

natural balance

[Natural Balance- d'avi]

Esqueço os vasos para ajeitar as flores e alinho quadros para encantar os cantos das paredes. Sorrio. Converso comigo à mesma sombra da tarde sempre cativa dos laços. Ao plantar uma árvore, tenho de a abraçar para lhe proteger o fruto. Ando devagarinho em respeito às pedras que também guardam o caminho.
Já vivi com a obsessão de ver estrelas de dia e passei noites em claro. Hoje não tenho uma poesia preferida mas muitos versos cravados na alma. Tenho um apetite que só me passa quando belisco a realidade e uma lucidez que só se acalma quando sonho. Um dia de cada vez.


7 maravilhas da blogoesfera

Não há com fugir! No mesmo dia que ganhei um prémio por ser corajosa [ou com "tomates"], sou nomeada 4 vezes para Maravilha e não sei o que fazer.Pois é...vou ter que votar!Acreditem que é muito dificil, simplesmente porque sei que vou ser injusta com muitos blogges que adoro.Mas não ia deixar mal a minha Isabel(confesso que sou mais ou menos corajosa), aqui vão as minhas nomeações.

7 Maravilhas da Blogoesfera. Regulamento:
1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues activos há mais de um mês [os outros esperem por outra ideia brilhante que alguém irá ter].
2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto. 3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail: 7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com. No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efectuaram as nomeações. A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 01/07/2007.
4. De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:- Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);- Os votos no blog O Sentido das Coisas.
No dia 7.7.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações."

Wednesday, June 20, 2007

o meu navio está no mar

Pus o meu sonho num navio
e o navio no mar
depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho navegar.
As minhas mãos molhadas de azul
azul das ondas entreabertas,
a cor que escorre entre os meus dedos
e que pinta as areias desertas.
O vento vindo de longe
e a noite curva de frio,
na água segue o meu sonho,
dentro de um navio...

Chorarei quanto e quando for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
o meu navio chegue a alto mar
e o meu sonho ao horizonte.
Depois, tudo será perfeito
praia lisa, águas ordenadas,
olhos secos como pedras
e os meus braços abertos.

Sunday, June 17, 2007

Juro que não vou esquecer...

Juro que não vou esquecer...
Nunca vou esquecer o olhar da rapariga que espera o tratamento de radioterapia. Sentada numa das cadeiras de plástico, o homem que a acompanha (o pai?) coloca-lhe uma almofada na nuca para ela encostar a cabeça à parede e assim fica, magra, imóvel, calada, com os olhos a gritarem o que ninguém ouve. O homem tira o lenço do bolso, passa-lho devagarinho na cara e os seus olhos gritam também: na sala onde tanta gente aguarda lá fora, algumas vindas de longe, de terras do Alentejo quase na fronteira, desembarcam pessoas de maca, um senhor idoso de fato completo, botão do colarinho abotoado, sem gravata, a mesma nódoa sempre na manga (a nódoa grita) caminhando devagarinho para o balcão numa dignidade de príncipe. É pobre, vê-se que é pobre, não existe um único osso que não lhe fure a pele, entende-se o sofrimento nos traços impassíveis e não grita com os olhos porque não tem olhos já, tem no lugar deles a mesma pele esverdeada que os ossos furam, a mão esquelética consegue puxar da algibeira o cartãozinho onde lhe marcam as sessões. Mulheres com lenços a cobrirem a ausência de cabelo, outras de perucas patéticas que não ligam com as feições nem aderem ao crânio, lhes flutuam em torno. E a imensa solidão de todos eles. À entrada do corredor, no espaço entre duas portas, uma africana de óculos chora sem ruído, metendo os polegares por baixo das lentes a secar as pálpebras. Chora sem ruído e sem um músculo que estremeça sequer, apagando-se a si mesma com o verniz estalado das unhas. Um sujeito de pé com um saco de plástico. Um outro a arrastar uma das pernas. A chuva incessante contra as janelas enormes. Plantas em vasos. Revistas que as pessoas não lêem. E eu, cheio de vergonha de ser eu, a pensar faltam-me duas sessões, eles morrem e eu fico vivo, graças a Deus sofri de uma coisa sem importância, estou aqui para um tratamento preventivo, dizem-me que me curei, fico vivo, daqui a pouco tudo isto não passou de um pesadelo, uma irrealidade, fico vivo, dentro de mim estas pessoas a doerem-me tanto, fico vivo como, a rapariga de cabeça encostada à parede não vê ninguém, os outros (nós) somos transparentes para ela, toda no interior do seu tormento, o homem poisa-lhe os dedos e ela não sente os dedos, fico vivo de que maneira, como, mudei tanto nestes últimos meses, os meus companheiros dão-me vontade de ajoelhar, não os mereço da mesma forma que eles não merecem isto, que estúpido perguntar
- Porquê ?
que estúpido indignar-me, zango-me com Deus, comigo, com a vida que tive, como pude ser tão desatento, tão arrogante, tão parvo, como pude queixar-me, gostava de ter os joelhos enormes de modo que coubessem no meu colo em vez das cadeiras de plástico
(não são de plástico, outra coisa qualquer, mais confortável, que não tenho tempo agora de pensar no que é)
isto que escrevo sai de mim como um vómito, tão depressa que a esferográfica não acompanha, perco imensas palavras, frases inteiras, emoções que me fogem, isto que escrevo não chega aos calcanhares do senhor idoso de fato completo
(aos quadradinhos, já gasto, já bom para deitar fora)
botão de colarinho abotoado, sem gravata e no entanto a gravata está lá, a gravata está lá, o que interessa a nódoa da manga
(a nódoa grita)
o que interessa que caminhe devagar para o balcão mal podendo consigo, doem-me os dedos da força que faço para escrever, não existe um único osso que não lhe fure a pele, entende-se o sofrimento nos traços impassíveis e não grita com os olhos porque não tem olhos já, tem no lugar deles a mesma pele esverdeada que os ossos furam e me observa por instantes, diga
- António
senhor, por favor diga
- António
chamo-me António, não tem importância nenhuma mas chamo-me António e não posso fazer nada por si, não posso fazer nada por ninguém, chamo-me António e não lhe chego aos calcanhares, sou mais pobre que você, falta-me a sua força e coragem, pegue-me antes você ao colo e garanta-me que não morre, não pode morrer, no caso de você morrer eu
no caso de você e da rapariga da almofada morrerem vou ter vergonha de estar vivo.
António Lobo Antunes - Visão 7/06/07

Juro que não vou esquecer...esta crónica e a reportagem transmitida hoje "O Mundo ao contrário" na Sic.Chamem me o que vos passar pela cabeça mas sou chorona e admito o.Não é hipocrisia mas o sofrimento dos outros faz me sofrer, faz me sentir ridicula perante a vida.

Não resisti a transcrever este magnifico texto, porque depois de ver a reportagem fiquei sem palavras, e este Homem desenha com palavras os sentimentos, os deles e os que senti.Todos nós temos, no meu caso felizmente, alguem que venceu a doença mas também alguem que ela levou traiçoeiramente.

Ao reler este texto em voz alta[ leio as sempre assim e rasgo a página para as guardar]as lagrimas saltam e a voz falha."Juro que não vou esquecer", é a pureza da alma a falar, porque todos os dias nos queixamos de tudo e de nada a todo o momento, sem nunca pensar que nesse mesmo momento está alguem com a morte a roçar lhe a pele.

Não me vou esquecer...

Friday, June 15, 2007




Ao certo não sei porque me cerca o deserto,
Porque se seca tudo à minha volta,
Se dos meus lábios só saem beijos húmidos.
Estou só no meio de um mar de sal,


Cristalizado nos meus surdos gemidos,
Esbracejo.
Mas mesmo de braços erguidos
Ninguém me revê.
Desisto e caio no sono sem sentidos.

JAC, 31.05.07






O poema e a música foram me oferecidos por alguém que gosto muito e de quem tenho muitas saudades.Nestes dias em que o cansaço e as lagrimas são muitas e teimam em fazer me companhia, este mimo, mesmo que soe a alguma tristeza, soube me muito bem. [por ter sido escrito para mim].

Tuesday, June 12, 2007

sozinha

Estou triste
E triste fico.
É estranho estar triste e triste ficar
Sem me compreender
Ficar assim queda sem nada fazer
Querer justificar
O insustentável
Que é pedir que me mudem de sitio
Sem querer um só lugar para ficar.
Poderei algum dia sem asas voar
Rir-me da minha paixão
Que é de mim ter vontade de me enamorar
Amar-me, beijar-me
Sem vergonha na cara por lavar
Aí poderão roer as unhas de inveja
Roer os dedos até ao antebraço
Chamar-me palhaça
Que eu narcisa
Sorrirei de orelha a orelha até se ver o ciso.
E num passo de dança mais desabrido
Correrei o salão valsando sozinha
Não serei uma, nem dois
Só eu serei um par.
Até lá
Estou triste e triste fico.







Sunday, June 10, 2007

Batata quente...Desafio!

O desafio Batata quente é daqueles que me dá um enorme prazer. Falar de livros para mim é falar de uma paixão.Sem hesitações aceitei o desafio de Brisa de Palavras.
São diversos os livros que li ao longo dos meus 33 anos vida, impossível é esquecer qualquer um, uns estão guardados com ternura na gaveta da memória, outros continuam vivos e bem vivos, marcam a minha vida e ensinam me a ser quem sou...é dificíl escolher apenas 5 , mas como este desafio merece acabei por escolher não só uma selecção dos 5 livros que nunca esquecerei bem como também os últimos 5 livros que li e o que vou começar a ler.
5 livros que nunca esquecerei
  • As velas ardem até ao fim de Sándor Márai
  • Cem anos de solidão de Gabriel Garcia Marques
  • Memória de elefante de Antonio Lobo Antunes
  • Ensaio sobre a cegueira de José Saramago
  • Chá e amor de Yasunari Kawabata



5 últimos livros que li
  • A aventura de Miguel Littín clandestino no Chile de Gabriel Garcia Marques
  • Os mundos separados que partilhamos de Paulo Kellerman
  • O nome das coisas de Sophia de Mello Breyner Andresen
  • A morte melancólica do rapaz ostra & outras estórias de Tim Burton
  • O poder dos sonhos de Luis Sepúlveda


O proximo a ler é Trilogia suja de Havana de Pedro Juan Gutiérrez.

Thursday, June 07, 2007

um mergulho..o primeiro de 2007!

A minha época balnear começou HOJE!!!





A água...


gelada ...


mas não há nada como um mergulho no mar!






(confesso que trouxe trabalho para casa mas...Não Fiz Nada!)

Tuesday, June 05, 2007

e realmente ...


Sim realmente, não valeu de nada suspirar por 3ªfeira.Acho que nem por 5ª feira, o que quero mesmo é a última semana de Julho, ie, a minha primeira semana de férias...sim este ano são 3 semanas!


Começo a passar me, muito trabalho mas até aí tudo bem. Não que goste de trazer trabalho para casa como tenho feito.Mas se tem que ser tem que ser.Agora trabalhar com uma mulher competamente louca, que não sabe organizar o trabalho nem trabalhar.Sim, ela deixa me os nervos em franja, bate com os pés fortemente no chão, tem o tique da caneta e passa o tempo ao telefone a socializar.Depois, quando lhe dá na gana, vira se e toca de dar ordens como se eu fosse burra.Ela é que não sabe apagar uma uma tabela no word ou fazer um somatório no excell.Mas é a chefe!E estamos a falar de uma senhora que é pouco mais velha e licenciada como eu mas parece ter um buraco negro e não massa cinzenta na cabeça.


Mas neste país nunca se premiou a competencia,não é??Interessa ter os amigos certos nos locais certos.Como não é o meu caso, vou enlouquecendo!

Monday, June 04, 2007

segunda feira

porque é segunda-feira,
o dia amanhece mais tarde como se o sol hesitasse em aparecer.
porque é segunda-feira,
o pão não sabe tão bem e o café é mais amargo.
porque é segunda-feira,
o tempo arrasta se e cada hora tem exatamente sessenta e minutos e meio!
porque é segunda-feira,
sempre única e banal
fico um dia inteiro, 1452 minutos para ser mais precisa,
a suspirar por ti.......terça-feira.




(Quadro "Cinderella syndrome" de d'avi)

Friday, June 01, 2007

Simplesmente a semana acabou...YES!!!!!!
Acabou com Sol e calor...com alguns sorrisos e risos...Sim, porque não dize lo, com outra disposição.
A época balnear começou e o sol raiou , duas boas razões para pensar que os dias vão ser bens melhores.

(os problemas não desapareceram mas com um esforço eles também estão de fim de semana)



1

A criança,
Toda a criança.
Seja de que raça for,
Seja negra, branca, vermelha, amarela,
Seja rapariga ou rapaz.
Fale que língua falar,
Acredite no que acreditar,
Pense o que pensar,T
enha nascido seja onde for,
Ela tem direito...
2
A ser para o homem a
Razão primeira da sua luta.
O homem vai proteger a criança
Com leis, ternura, cuidados
Que a tornem livre, feliz,
Pois só é livre, feliz
Quem pode deixar crescer
Um corpo são,Quem pode deixar descobrir
Livremente
O coração
E o pensamento.
Este nascer e crescer e viver assim
Chama-se dignidade.
E em dignidade vamos
Querer que a criança
Nasça,Cresça,Viva...
3
E a criança nasce
E deve ter um nome
Que seja o sinal dessa dignidade.
Ao Sol chamamos Sol
E à Vida chamamos Vida.
Uma criança terá o seu nome também.
E ela nasce numa terra determinada
Que a deve proteger.
Chamemos-lhe Pátria a essa terra,
Mas chamemos-lhe antes Mundo...
4
E nesse Mundo ela vai crescer:
Já sua mãe teve o direito
A toda a assistência que assegura um nascer perfeito.
E, depois, a criança nascida,
Depois da hora radial do parto,
A criança deverá receber
Amor,Alimentação,Casa,Cuidados médicos,
O amor sereno de mãe e pai.
Ela vai poder
Rir,Brincar,Crescer,
Aprender a ser feliz...
5
Mas há crianças que nascem diferentes
E tudo devemos fazer para que isto não aconteça.
Vamos dar a essas crianças um amor maior ainda.

6
E a criança nasceu
E vai desabrochar como
Uma flor,
Uma árvore,
Um pássaro,
E
Uma flor,Uma árvore,Um pássaro
Precisam de amor – a seiva da terra,
a luz do Sol.
De quanto amor a criança não precisará?
De quanta segurança?
Os pais e todo o Mundo que rodeia a criança
Vão participar na aventura
De uma vida que nasceu.
Maravilhosa aventura!
Mas se a criança não tem família?
Ela tê-la-á, sempre: numa sociedade justa
Todos serão sua família.
Nunca mais haverá uma criança só,
Infância nunca será solidão.
7
E a criança vai aprender a crescer.
Todos temos de a ajudar!
Todos!
Os pais, a escola, todos nós!
E vamos ajudá-la a descobrir-se a si própria
E os outros.
Descobrir o seu mundo,
A sua força,
O seu amor,
Ela vai aprender a viver
Com ela própria
E com os outros:
Vai aprender a fraternidade,
A fazer fraternidade.I
sto chama-se educar:
Saber isto é aprender a ensinar.
8
Em situação de perigo
A criança, mais do que nunca,
Está sempre em primeiro lugar...
Será o Sol que não se apaga
Com o nosso medo,
Com a nossa indiferença:
A criança apaga, por si só,
Medo e indiferença das nossas frontes...
9
A criança é um mundo
Precioso
Raro.
Que ninguém a roube,
A negoceie,
A explore
Sob qualquer pretexto.
Que ninguém se aproveite
Do trabalho da criança
Para seu próprio proveito.
São livres e frágeis as suas mãos,
Hoje:
Se as não magoarmos
Elas poderão continuar Livres
E ser a força do Mundo
Mesmo que frágeis continuem...
10
A criança deve ser respeitada
Em suma,
Na dignidade do seu nascer,
Do seu crescer,Do seu viver.
Quem amar verdadeiramente a criança
Não poderá deixar de ser fraterno:
Uma criança não conhece fronteiras,
Nem raças,
Nem classes sociais:
Ela é o sinal mais vivo do amor,
Embora, por vezes, nos possa parecer cruel.
Frágil e forte, ao mesmo tempo,
Ela é sempre a mão da própria vida
Que se nos estende,
Nos segura
E nos diz:
Sê digno de viver!
Olha em frente!

Poema de Matilde Rosa Araújo


Hoje no dia Mundial da Criança, e porque este post já vai longo, penso que não preciso de dizer mais nada, que está tudo dito neste poema.


Deixo um sorriso.