Thursday, June 28, 2007
Apetecia...
Wednesday, June 27, 2007
Sunday, June 24, 2007
natural balance
Já vivi com a obsessão de ver estrelas de dia e passei noites em claro. Hoje não tenho uma poesia preferida mas muitos versos cravados na alma. Tenho um apetite que só me passa quando belisco a realidade e uma lucidez que só se acalma quando sonho. Um dia de cada vez.
7 maravilhas da blogoesfera
Wednesday, June 20, 2007
o meu navio está no mar
Sunday, June 17, 2007
Juro que não vou esquecer...
- Porquê ?
que estúpido indignar-me, zango-me com Deus, comigo, com a vida que tive, como pude ser tão desatento, tão arrogante, tão parvo, como pude queixar-me, gostava de ter os joelhos enormes de modo que coubessem no meu colo em vez das cadeiras de plástico
(não são de plástico, outra coisa qualquer, mais confortável, que não tenho tempo agora de pensar no que é)
isto que escrevo sai de mim como um vómito, tão depressa que a esferográfica não acompanha, perco imensas palavras, frases inteiras, emoções que me fogem, isto que escrevo não chega aos calcanhares do senhor idoso de fato completo
(aos quadradinhos, já gasto, já bom para deitar fora)
botão de colarinho abotoado, sem gravata e no entanto a gravata está lá, a gravata está lá, o que interessa a nódoa da manga
(a nódoa grita)
o que interessa que caminhe devagar para o balcão mal podendo consigo, doem-me os dedos da força que faço para escrever, não existe um único osso que não lhe fure a pele, entende-se o sofrimento nos traços impassíveis e não grita com os olhos porque não tem olhos já, tem no lugar deles a mesma pele esverdeada que os ossos furam e me observa por instantes, diga
- António
senhor, por favor diga
- António
chamo-me António, não tem importância nenhuma mas chamo-me António e não posso fazer nada por si, não posso fazer nada por ninguém, chamo-me António e não lhe chego aos calcanhares, sou mais pobre que você, falta-me a sua força e coragem, pegue-me antes você ao colo e garanta-me que não morre, não pode morrer, no caso de você morrer eu
no caso de você e da rapariga da almofada morrerem vou ter vergonha de estar vivo.
Juro que não vou esquecer...esta crónica e a reportagem transmitida hoje "O Mundo ao contrário" na Sic.Chamem me o que vos passar pela cabeça mas sou chorona e admito o.Não é hipocrisia mas o sofrimento dos outros faz me sofrer, faz me sentir ridicula perante a vida.
Não resisti a transcrever este magnifico texto, porque depois de ver a reportagem fiquei sem palavras, e este Homem desenha com palavras os sentimentos, os deles e os que senti.Todos nós temos, no meu caso felizmente, alguem que venceu a doença mas também alguem que ela levou traiçoeiramente.
Ao reler este texto em voz alta[ leio as sempre assim e rasgo a página para as guardar]as lagrimas saltam e a voz falha."Juro que não vou esquecer", é a pureza da alma a falar, porque todos os dias nos queixamos de tudo e de nada a todo o momento, sem nunca pensar que nesse mesmo momento está alguem com a morte a roçar lhe a pele.
Não me vou esquecer...
Friday, June 15, 2007
Tuesday, June 12, 2007
sozinha
E triste fico.
É estranho estar triste e triste ficar
Sem me compreender
Ficar assim queda sem nada fazer
Querer justificar
O insustentável
Que é pedir que me mudem de sitio
Sem querer um só lugar para ficar.
Poderei algum dia sem asas voar
Rir-me da minha paixão
Que é de mim ter vontade de me enamorar
Amar-me, beijar-me
Sem vergonha na cara por lavar
Aí poderão roer as unhas de inveja
Roer os dedos até ao antebraço
Chamar-me palhaça
Que eu narcisa
Sorrirei de orelha a orelha até se ver o ciso.
E num passo de dança mais desabrido
Correrei o salão valsando sozinha
Não serei uma, nem dois
Só eu serei um par.
Até lá
Estou triste e triste fico.
Sunday, June 10, 2007
Batata quente...Desafio!
- As velas ardem até ao fim de Sándor Márai
- Cem anos de solidão de Gabriel Garcia Marques
- Memória de elefante de Antonio Lobo Antunes
- Ensaio sobre a cegueira de José Saramago
- Chá e amor de Yasunari Kawabata
- A aventura de Miguel Littín clandestino no Chile de Gabriel Garcia Marques
- Os mundos separados que partilhamos de Paulo Kellerman
- O nome das coisas de Sophia de Mello Breyner Andresen
- A morte melancólica do rapaz ostra & outras estórias de Tim Burton
- O poder dos sonhos de Luis Sepúlveda
Thursday, June 07, 2007
um mergulho..o primeiro de 2007!
Tuesday, June 05, 2007
e realmente ...
Monday, June 04, 2007
segunda feira
(Quadro "Cinderella syndrome" de d'avi)
Friday, June 01, 2007
Toda a criança.
Seja de que raça for,
Seja negra, branca, vermelha, amarela,
Seja rapariga ou rapaz.
Fale que língua falar,
Acredite no que acreditar,
Pense o que pensar,T
enha nascido seja onde for,
Ela tem direito...
2
A ser para o homem a
Razão primeira da sua luta.
O homem vai proteger a criança
Com leis, ternura, cuidados
Que a tornem livre, feliz,
Pois só é livre, feliz
Quem pode deixar crescer
Um corpo são,Quem pode deixar descobrir
Livremente
O coração
E o pensamento.
Este nascer e crescer e viver assim
Chama-se dignidade.
E em dignidade vamos
Querer que a criança
Nasça,Cresça,Viva...
3
E a criança nasce
E deve ter um nome
Que seja o sinal dessa dignidade.
Ao Sol chamamos Sol
E à Vida chamamos Vida.
Uma criança terá o seu nome também.
E ela nasce numa terra determinada
Que a deve proteger.
Chamemos-lhe Pátria a essa terra,
Mas chamemos-lhe antes Mundo...
4
E nesse Mundo ela vai crescer:
Já sua mãe teve o direito
A toda a assistência que assegura um nascer perfeito.
E, depois, a criança nascida,
Depois da hora radial do parto,
A criança deverá receber
Amor,Alimentação,Casa,Cuidados médicos,
O amor sereno de mãe e pai.
Ela vai poder
Rir,Brincar,Crescer,
Aprender a ser feliz...
5
Mas há crianças que nascem diferentes
E tudo devemos fazer para que isto não aconteça.
Vamos dar a essas crianças um amor maior ainda.
E a criança nasceu
E vai desabrochar como
Uma flor,
Uma árvore,
Um pássaro,
E
Uma flor,Uma árvore,Um pássaro
Precisam de amor – a seiva da terra,
a luz do Sol.
De quanto amor a criança não precisará?
De quanta segurança?
Os pais e todo o Mundo que rodeia a criança
Vão participar na aventura
De uma vida que nasceu.
Maravilhosa aventura!
Mas se a criança não tem família?
Ela tê-la-á, sempre: numa sociedade justa
Todos serão sua família.
Nunca mais haverá uma criança só,
Infância nunca será solidão.
7
E a criança vai aprender a crescer.
Todos temos de a ajudar!
Todos!
Os pais, a escola, todos nós!
E vamos ajudá-la a descobrir-se a si própria
E os outros.
Descobrir o seu mundo,
A sua força,
O seu amor,
Ela vai aprender a viver
Com ela própria
E com os outros:
Vai aprender a fraternidade,
A fazer fraternidade.I
sto chama-se educar:
Saber isto é aprender a ensinar.
8
Em situação de perigo
A criança, mais do que nunca,
Está sempre em primeiro lugar...
Será o Sol que não se apaga
Com o nosso medo,
Com a nossa indiferença:
A criança apaga, por si só,
Medo e indiferença das nossas frontes...
9
A criança é um mundo
Precioso
Raro.
Que ninguém a roube,
A negoceie,
A explore
Sob qualquer pretexto.
Que ninguém se aproveite
Do trabalho da criança
Para seu próprio proveito.
São livres e frágeis as suas mãos,
Hoje:
Se as não magoarmos
Elas poderão continuar Livres
E ser a força do Mundo
Mesmo que frágeis continuem...
10
A criança deve ser respeitada
Em suma,
Na dignidade do seu nascer,
Do seu crescer,Do seu viver.
Quem amar verdadeiramente a criança
Não poderá deixar de ser fraterno:
Uma criança não conhece fronteiras,
Nem raças,
Nem classes sociais:
Ela é o sinal mais vivo do amor,
Embora, por vezes, nos possa parecer cruel.
Frágil e forte, ao mesmo tempo,
Ela é sempre a mão da própria vida
Que se nos estende,
Nos segura
E nos diz:
Sê digno de viver!
Olha em frente!
Hoje no dia Mundial da Criança, e porque este post já vai longo, penso que não preciso de dizer mais nada, que está tudo dito neste poema.