Friday, January 30, 2009
Wednesday, January 28, 2009
Viver na rua_Inês Pedrosa
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
[Álvaro de Campos-Poema em linha recta]
Para desgosto dos altos desígnios do turismo nacional, os que vivem na rua gostam de lugares bonitos. Gostam do Terreiro do Paço, por exemplo. Um desassossego. "Tirem-nos daqui! Tirem-nos daqui!", bradava há meses uma figura do efémero poder, agoniada. Enxotam-nos e eles voltam, como gaivotas, para a beira rio. Indiferentes à repulsa dos outros, ao medo, que já não sabem o que é. Querem metê-los em camaratas, fechá-los no recato da caridade com uma sopa e um catre - e eles continuam a fugir para dormir sobre cartões num passeio da cidade. Porquê? Porque têm as estrelas a seu favor, e a solidariedade dos que, como eles, desistiram da vida dos cartões e dos deveres e da concorrência. Na rua ninguém pergunta, ninguém pede contas, não é preciso dar resposta. Na rua pode-se chorar sem ter de dizer porquê, sem termos de recordar porquê.
Há apaixonados que encontram na rua a casa que não podem ter. O caso de uma cigana e um cabo-verdiano, juntos contra o perigoso séquito da família dela, que só na rua encontraram casa para o seu amor. Ou o caso da mulher fugida à violência do seu homem que se apresenta no escritório diariamente e esconde que já não tem casa. A mulher que diz que nos amigos da rua encontrou o carinho que nunca conheceu na família.
Quando a temperatura de Lisboa desceu a zero, a Câmara Municipal, em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia, montou uma tenda de apoio aos que vivem na rua, uma tenda aquecida, com sopas quentes, sandes e distribuição de roupas e cobertores. Havia também uma televisão na tenda, e as pessoas ficavam por ali, no calor do convívio, a conversar, a olhar para o ecrã, a ler. A ler livros, sim. A escrever poemas à amada distante. Ou apenas a sentir o consolo da presença dos outros. Quando a notícia da tenda correu pela cidade, apareceram também outros: o velho que vive sozinho com uma reforma baixa, a adolescente que se sente a mais no mundo, gente com tecto mas a desabar por dentro, parede a parede. Vieram as câmaras das televisões e dois homens foram reconhecidos e resgatados, um pela família, outro pelo antigo patrão.
Histórias que sossegam e aquecem, durante um par de dias. A vereadora Ana Sara Brito e as equipas de rua que ela coordena conhecem bem cada uma destas pessoas, percorrem a cidade todas as noites do ano para os ouvir e lhes dar conforto, procurando ajudar, compreender cada história e cada alma, sem sermões nem ordens de "reintegração". É um trabalho lento, doloroso, discreto, contínuo, sem a visibilidade pimpona das obras de cimento, que dão votos. É o trabalho do amor, aquele que nunca está completo e que sempre nos fere. Sem-abrigo somos todos nós, e muito mais os que vivem sob o tecto do êxito obrigatório e agarrados às paredes do poder do que os que vivem na rua, sem nada e sem medo.
Sunday, January 25, 2009
2(desafios) e só um(post)!
O que é a Felicidade!? Com esta é que tu agora me lixaste Dias! Acredita que se a pergunta não fosse feita por ti não respondia…(Os meus últimos dias tem sido muito mas muito pouco felizes).
É o que todos queremos, não é???
Não tenho uma resposta concreta a esta pergunta.
Se calhar o que me faz feliz é saber que a felicidade e a infelicidade são estados de espírito que, embora influenciados pelo que me acontece, reflectem o que o de mais profundo consigo ser. O que me faz feliz, mesmo quando estou infeliz, é saber que amanhã é outro dia. E nesses dias que se seguem espero ter paz, que não me chateiem, que o Sol apareça e que os gestos sejam simples mas calorosos.(Mesmo que depois nada aconteça assim...)
E utilizando a tua frase: Não renunciei, apenas me rendi. O dinheiro assenta a felicidade! e eu não tenho dinheiro.
-Ter mais tempo para fazer o que gosto. Pintura, escultura e fotografia. Exposições, museus, ler e ver cinema;
-Conhecer alguém de quem eu goste e que também goste de mim. (Estou farta de gostar de quem não gosta de mim);
- Pensar menos na vida;
- Organizar melhor as minhas tarefas (especialmente os relatórios das reuniões que tenho com empresas …);
-Continuar a partilhar a vida com a minha família e com o meu Simão;
-De ter tempo e dinheiro para voltar a inscrever me na natação;
-Rir mais e chorar menos.
Friday, January 23, 2009
medo..ou talvez não..vontade...ou talvez não...
gostava de ser forte mas sou chacota da facilidade com que me magoam e presa fácil da solidão da noite.o amor em mim passou depressa, tão depressa que não me deu tempo para aprender a gostar de elogios...é mais facil ter uma resposta pronta e má, por vezes, do que um abraço.pensar que não aguento mais e querer desistir, imaginar que não existo, invisivel sem valor pode ser o primeiro passo a dar.não se vive com medo...ideias fixas,independemente de quais são, podem destruir ou mudar a minha vida.o modo como vejo as coisas e como me vejo.às vezes um resto de vento derruba me um dia inteiro.o sim, o tom da verdade, pode levar as horas a recuarem, e aí vejo com clareza o que está por trás de todo o mal .é ouvir o que não quero mas fazer o que tem de ser feito.a isso se chama vontade...coisa que não sei se tenho.claro que o tempo passa e a saudade que ainda maltrata, vai transformar se e dar me força.os segundos têm de ser gastos até a última gota.falta me tempo. quero ter vontade para ter desejo de aproveitar os dias sem perder nada.pode ser que o medo não apareça...
Wednesday, January 21, 2009
Simplesmente porque Adoro o Pedro Paixão!
Sunday, January 18, 2009
fecho os olhos e sinto
Thursday, January 15, 2009
tudo tem o seu tempo e o dia 15 .01.06 foi o MeU
Prego um quadro
na parede amarela.
Olho de perto, de longe
analiso todos os detalhes
com perfeccionismo.
Na parede vazia,
os traços sem nexo limitados
pela moldura da razão
vem correndo o coração
ser o fiel da balança.
Preocupo me com o efeito...
E, se não me agradar a mim,
o que fazer?
Só quero que esta tela
que minha vida revela
não pareça uma natureza-morta!
Quero que o perfume
se desprenda
e sentir o seu cheiro .
Percebo então,
que arrumo minha casa
para agradar aos meus olhos...
não aqueles que me visitam
aqueles que passarão aqui
por um instante
carregando outras paisagens na mente.
E, quando partirem,
deixarão tudo para trás...
sem saber os meus cuidadosos gestos
para mostrar um pouco de minha alma.
3 anos!
Sunday, January 11, 2009
a vida, aos poucos, reinventa-se...
justiça.injustiça.dizem
que existem deuses.que às vezes parece que
adormecem.especialmente
quando
desejo muito alguma coisa.tempo do avesso.porquê
que os meus
olhos negam o
que gostaria de mostrar ao mundo, de contar a minha
história, de repartir o
tudo que há para ver. memória e
continuidade,
silêncios e
disfarces. a loucura dos que nada
têm,
dos loucos, dos
insensatos...queria semear eternidades entre os
que amo
para nunca
mais
sentir esta saudade
infinita.saudade que é
capaz de
semear tempestades, erguer
templos, esvaziar a alma.
era
bom.sim era
sim que os deuses
fossem
sábios.eu vou acreditar para que
não permita que
meu mundo
seja apenas
do meu tamanho.
a vida, aos
poucos,
reinventa-se...
hiatos de
recriar e de esperança cada vez mais
raros, a perda
que se faz
inevitável, tudo tão escasso, seco,
contido
nas dores que se
começam
a
estender como se fossem
peças de roupa
no varal.distância
para renúnciar a tudo o que
foi mesmo
antes de ter sido.a
liberdade, a minha e a dos
outros.a história do
mundo
incompleta, as
folhas desfeitas
pelo pisar dos pés, o vento
como música de todos os dias,
o amor
serôdio de uma vida inteira,
perdida nos labirintos de outras
histórias.faltam. eu preciso ainda de aprender a
fazer a
boca soltar
coisas
infindas, lidas, no
silêncio, de uma
voz em carne viva
a vida,
aos poucos,
reinventa-se...
eu quero o afago
de quem me lê.
Thursday, January 08, 2009
ainda se dançam slows?
E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.
[Problema De Expressão-Clã]