gostava de ver para lá do que os meus olhos vêem. gostava de sentir a cor das almas.
de ter em mim uma janela com vista para dentro. toda branca e infinita para colorir e montanhas de guaches faber-castell novinhos em folha. pintar uma aguarela leve como o amor.
e o amor?passa o seu fôlego sobre o nada.a este sopro fez do nada o verbo amar.liberte-se o amor.que não fique apenas o verbo.permaneçam os sorrisos livres.o amor não se preocupa com os muros que o abrigam nem com os abanões de quem o fez tremer .sabe-se ventura.surpreende o mundo novo.e prossegue como se fosse o único. sem palavras.
Nao importa o que se ama.
Importa a matéria desse amor.
As sucessivas camadas de vida que se atiram para dentro desse amor. As palavras são um principio - nem sequer o principio. Porque no amor os principios, os meios, os fins são apenas fragmentos de uma historia que continua para la dela, antes e depois do sangue breve de uma vida. Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor. O sujo, a luz, o espero, o macio, a falha, a persistencia.
[Ines Pedrosa]
As sucessivas camadas de vida que se atiram para dentro desse amor. As palavras são um principio - nem sequer o principio. Porque no amor os principios, os meios, os fins são apenas fragmentos de uma historia que continua para la dela, antes e depois do sangue breve de uma vida. Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor. O sujo, a luz, o espero, o macio, a falha, a persistencia.
[Ines Pedrosa]
14 comments:
Perfeito o teu texto poeticamente filosófico.
Abraços!
o amor o amor
já nao sei falar dele
só sei que muito de mim é amor
Gostei muito do texto, um beijo muito grande
amar amar, há ir voltar ...
... de coração aberto. Sem bloqueios. Bj
:)
***
No 1º paragrafo leio-te complemento da ilustraçáo.
No 2º voas, descoraçãonde-me.
Bom post, mais um.
Beijo bom, um mais.
em matéria de olhares para fora, para além, sugiro o interseccionismo pessoano
para o caso das almas, serve mesmo a técnica da Blimunda Sete Luas, do Memorial do Convento saramaguiano
Que nas tuas viagens possas reunir a paleta de cores do espectro luminoso e decomponhas a luz branca que tolda os nossos olhos.
E com as mãos, seguras e firmes, pintes na tela a obra tal como a envisionaste.
Só o consegui no fim de uma viagem recente: é possível e fazível.
uma janela com vista para dentro?
sabias que é indecente andar a espreitar?
lindissimo... como sempre ;)
liberte----------------se
jocas maradas
"gostava de ver para lá do que os meus olhos vêem. gostava de sentir a cor das almas."
E não vês ? E não sentes?
Então andas distraída...e perdes o melhor.
beijinho
"sem palavras", contudo colorida pintura.
eu fico(-me) pelo depois do antes e pelo antes do depois... sem dúvida alguma!
abraço
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