Mas acontece que eu sou triste"(Howard Berman)
Nem tudo é um turbilhão de emoções, uma exposição das sensações , monólogos sem fim ou enxurrada de palavras desenfreadas.
Às vezes é preciso abrir o coração porque a linguagem da mente , que prefere o racional, o útil e o seguro,entra em conflito com a linguagem do coração impedindo o «eu» de seguir a sua intuição, o que o vai fazer realmente feliz.
A dita linguagem do coração é difícil por causa do medo de se ser rejeitado, de se ser abandonado, de se ser excluido.No entanto, quem ouve sabe que algures, no futuro, alguém estará presente para ouvir e falar na mesma linguagem e com a mesma disponibilidade.É preciso semear para colher.
Silêncio…
Há silêncios que criam abismos.
Há silêncios que criam abismos.
Nascem de palavras que não foram ditas e ou que foram ditas a mais no entoar de um desentendimento. As palavras ficam encarceradas na nossa memória com uma lança.Dúvidas e desconfianças. Atiram-se de cabeça nos precipícios da suspeita e da descrença. Instalam-se na mente em surdina.
O silêncio fica a pairar duvidoso. Começam a construir se os muros. Há muros que caem do nascer de palavras de diálogo e compreensão. Há palavras que andam e se aproximam, que vão diminuindo a altura dos muros; palavras que unem o que o silêncio afastou.
Há alturas em que nos sentimos sós no resto do mundo. Entregues a nós mesmos, fosse igual a ficar fechado num quarto escuro, com o "papão" de todos os tempos. Não é o não se ter ninguém por perto que perturba, é o ficar-se entregue aos próprios pensamentos aterradores!
Depois, a sociedade impõe que se tenha alguém à força e que se tenha filhos, mesmo se muitos homens e sim, muitas mulheres, não tenham o mínimo instinto paternal e maternal.Parece que é obrigatório sermos iguais e não sermos responsáveis da própria liberdade.
O problema é quando a solidão pesa. Fugimos do silêncio como o rato do gato. Ocupamo-nos com múltiplas actividades, enchemos o tempo com encontros e telefonemas e evitamos ao máximo aquele momento em que ficamos de novo em casa sem ninguém, entregues ao vazio do eu. Porque sim, é disso que se trata, encarar o vazio de si mesmo a pensar que somos inúteis.Ficamos a pensar no que não se teve e o que se poderia ter dito e feito e ficamos sempre a perder.
Nós somos o que pensamos.Os outros não servem para preencher as nossas carências. Somos os próprios curandeiros afectivos, lamber as feridas, e nós é que temos de curar as nossas dores profundas e aprendermos a prencher o vazio, só assim é que podemos atrair alguém na nossa vida, por nós e não para encher o vazio e o silêncio...
Por isso é preciso parar, pensar, ver com olhos de ver quem queremos perto de nós.Não para preencher o vazio, mas porque é bom estarmos rodeados de quem gostamos.
Silêncio…
Há silêncio que criam abismos.
Há silêncio que criam abismos.
Se ao menos pudesse ver nos teus olhos as palavras que ficaram por dizer… Acredito no dia em que a vontade ou o acaso crie um reencontro inesperado e os olhares se percebam…Não há ninguém perfeito... palavras que não serão ditas que são entendidas, olhares que se cruzam e que comunicam, pensamentos que ocorrem em situações semelhantes.
Apetece me gritar silêncio!!!!!!!!!!!
(parece sem nexo este texto, assim vindo do nada, acreditem em mim... Faz todo o sentido....)
20 comments:
Eu fujo do ruído como fugia da pide noutros tempos.
Bem desenvolvido o tema e com excepção de loucos como eu, é mesmo assim.
Silêncio pois.
:)
Bjs
" medo de se ser rejeitado, de se ser abandonado, de se ser excluido.No entanto, quem ouve sabe que algures, no futuro, alguém estará presente para ouvir e falar na mesma linguagem e com a mesma disponibilidade.É preciso semear para colher." - Soberbo!
E é npo meio do escuro do silêncio que tantas vezes se faz luz!
E porque não podes gritar? Grita, e bem alto no silencio, não tenhas medo.
o desabafos nao sao para terem nexo, sao pura e simplesmente para dizermos o que nos vai na alma
bjs
tiago
..pois faz...
(boa musica)
e ninguem deve julgar ninguem, sob pena de não saber julgar a si.
e entre o ficar e tentar, não hesitaria no segundo.
um beijinho*
e ja agora, boas festas e até pró ano, se deus quiser!
Vou precisar de voltar aqui e ler-te de novo, não porque o texto não tenha nexo mas sim porque faz todo o sentido, de tal modo que as lágrimas não me permitirem ler-te com plenitude.
Não sabes nem poderias mas a meio do teu texto tomei uma decisão exactamente pelo silêncio incomodar. E coninuei a ler e tocaste no ponto fulcral... daí as lágrimas.
Bendita a hora que descobri o teu blog, a tua escrito além de rica é inspiradora.
Estava em agenda para um post mas digo-te já: comprei há já algum tempo o livro de Sándor Márai mas ainda não me tinha decidido a lê-lo. Graças ao teu blog está quase no fim...
Desculpa a imensidão do comentário mas do mesmo modo que te apetece gritar silêncio eu precisava "falar".
;) O segredo da felicidade consiste em
dar asas às palavras que moram no coração..jinhos
Belíssimo post. A procura da Paz.
A procura da mão amiga, de entendimento, a revolta de não sermos iguais e de termos o direito à diferença. Todos somos diferentes.
Acredita que gostei muito.
De tudo.
Do gesto, das palavras, de tudo.
E espero que sinceramente haja constância, alguma estabilidade, construção. Amizade... costas voltadas não faz sentido.
o Não porque Não ou o Sim porque Sim.
Beijo grande
*o meu último pensamento hoje é para ti :)
ah, sim.
sei bem do que se trata...
:)
.........
... (o silêncio)
"Por isso é preciso parar, pensar, ver com olhos de ver quem queremos perto de nós.Não para preencher o vazio, mas porque é bom estarmos rodeados de quem gostamos."
... muito bom!MESMO!
Faz todo o sentido... o silêncio!
Do exterior para dentro...
Sentido... sim!
Beijo.
oi linda!
é só para te deixar um beijo ENORME!
;)
CUIDA-TE!
Acredito que faça sim senhora...
Eu acredito.
Ainda bem que voltaste!
ATÉ QUE ENFIM ENCONTRO ALGUÉM QUE ME ENTENDE :)
acredita, tem todo o sentido
jocas maradas de silencio
Post a Comment