ando estranha, muito estranha. leio as mesmas coisas todos os dias.
ouço as mesmas músicas todos os dias.
há dias.
odeio cada bocado de mim.
um ódio que me faz ver o quão ridícula sou.
é um ódio cheio de lucidez e também cobarde mas, ao mesmo tempo, saudável.
estranho.eu sei.
ando extremamente calma mas com vontade de virar a vida do avesso.
passar a ser tudo muito claro.
estou farta dos meus traumas e das histórias mal resolvidas.
acabar com certos nomes, mágoas e pedidos de desculpa.
queria olhar em frente e já ter esquecido como eu era quando ainda sonhava com o futuro.
ainda bem que nunca fiz muitos planos.seria assustador.
sei que meu corpo conspira para que eu tome decisões mas a minha mente vai adiando as
porque está farta da minha maneira de viver.
não, não estou a sentir o peso dos anos mas estou diferente… estranha.
muito diferente e estranhamente em paz, apesar da guerra que se trava todos os dias dentro de mim.
sou estranha.