Novelos.Desenrolam se por vezes.Tem de ser.Tem?
Vá desenrola este novelo. E o que vês? Para onde quer que olhes, só existe linha. Fios finos, por vezes frágeis, às vezes resistentes. Continua a desenrolar. Sim, desenrola.Consegues ver a primeira linha da última, aquela que já tocaste da que ainda não é tua? Que sabes tu desta linha? Que procuras neste novelo?
Eu puxo a ponta, caminho com ela até onde dou conta. Do novelo tento entrelaçar as tramas e delas, o destino que me toma pela mão e me leva a qualquer ponto, a uma intersecçao.Será que procuro no novelo o começo ou o fim?
Mas tu o que procuras neste novelo? As respostas ou as duvidas? Não sabes? Então porque que desenrolaste o novelo? Raios! Consegues dizer quão fina é a linha, ou quão perfeito é o emaranhado em que te embrenhaste? Porque te empenhaste em desvendar tamanho novelo?Será que como todos nós, apesar do ego para alimentar, vais desistir de desenrolar o novelo. Desistes?!Que nervos! Este novelo, tal como muitos outros, tu não vais desvendar. E tu o que sentes?Nada, absolutamente nada. E agora?Volta a enrolar a linha.Vais voltar?! Forma de novo o novelo do qual partiste. És capaz? Não, nem isso consegues. O primeiro novelo era demasiado confuso, e este é agora absolutamente impenetrável. As tuas mãos estão emaranhadas nas linhas. Olha bem para ti! Tiraste dele algum proveito? Desespero, confusão e uma vontade louca, desnorteada, de desenrolar quantos novelos te venham parar às mãos.Vais rebentar e emaranhar novamente, sabias??Azar! Nunca aprendes, pois não?Azar, não...Estupidez!
Eu quero saber se há avesso e se há início. Mas por mais que puxe a linha ele continua imenso e eu pequenina. No novelo quero fazer um corte, sim um corte, mas o fio engalfinha se e eu tento tomá-lo pela mão para não rolar pelo chão.Eu quero sentir o arrepio que só o novelo me pode dar, tocar a maciez , espirrar a rir e emaranhar me.Quero desafiar os sentidos.Porque sim, porque mereço e principalmente porque sou capaz.Como me disse uma amiga nem todos os espelhos sabem ver a verdadeira beleza.
E tu ris.Mas diz me quem irá festejar a alegria?
Eu quero saber se há avesso e se há início. Mas por mais que puxe a linha ele continua imenso e eu pequenina. No novelo quero fazer um corte, sim um corte, mas o fio engalfinha se e eu tento tomá-lo pela mão para não rolar pelo chão.Eu quero sentir o arrepio que só o novelo me pode dar, tocar a maciez , espirrar a rir e emaranhar me.Quero desafiar os sentidos.Porque sim, porque mereço e principalmente porque sou capaz.Como me disse uma amiga nem todos os espelhos sabem ver a verdadeira beleza.
E tu ris.Mas diz me quem irá festejar a alegria?
31 comments:
O novelo que é a vida....
Deixo-te um beijo
Complicado.
Mas como diz essa tua sábia amiga..."nem todos os espelhos sabem ver a verdadeira beleza."
Beijinho
E não é tantas vezes imenso e lindo o que se cria emagrecendo novelos?
Sim... tem que ser... sempre. Mesmo que surjam complicações e se perca o fio à meada...
Bjos
Rasgo as memórias em lágrimas. Canto o sufoco de tanto esperar. Pergunto a fome das correntes fortes. Renuncio à luz de novos caminhos. Abro as janelas em direcção a mim. De novo, escrevo-te.
fá tentei fazer o mesmo, mas deve ter sido com uma cebola
pois cada camada que retiro me faz chorar
nada que o tempo não cure
e já agora alguns comprimidos, pois ajudam a dormir à noite.
estou pior outra vez...
mas há conforto eu sei, apenas não onde procuro... eu e os mapas de amor
bjs velinha
Já desenrolei e voltei a enrolar vários. Paciência e perseverança são as armas que encontrei para conseguir. Ao espelho nunca fiz, mas como não gosto de duplicados, só acredito nos originais, não o penso fazer...
Uma semana desnovelada!
mesmo se muito quiséssemos de novelo nunca chegaríamos a
(n)óvulo...
e aí, seria pelo início, o caminho
mas vem de globellu, e essa "coisa" redondinha mostra mal início e fim
com alguma (presti) digitação não há nó que resista... udini dixit
quanto à alegria, quando chegar em andamento apressado e vivo... porque não gozarmo-la todos?
qualquer novelo é, à partida, um objecto estranho. qual é a ponta por onde começa de desfiar-se??
'A novelos que seria bem melhor que não existissem.
Que optimo seria uma vida sem novelos? Uma utopia :)
*
o novelo
das
novelas
*
ji
*
Velas,
Talvez, um dos textos teus mais plenos que já li.
Adorei.
Parabéns.
Beijo.
novelo,nós, pontas soltas... tudo para nos complicar a vida. Nada é linear.
...excelente post...fiquei a pensar...novelo?...novelo?...somos nós todos um grande novelo????????????
Adorei o texto, nem sei o que te dizer, so sei que vou a ficar nele.
Dizes neste texto coisas que eu estava mesmo a precisar "ouvir", acredita-me!
Um beijo sem principio meio e fim
... vou ficar a pensar nele, emendo.
Sabes, há novelos que nos arrastam para o meio do emaranhado e do qual é muito difícil voltar a encontrar uma ponta...
Mas há também o saborzinho de enrolar e desenrolar vezes sem conta...
Festejar a alegria?
Pois... depende do tipo de novelo e das expectativas para permanecer no meio dele, ou não!
Complicado...
Beijinho
Velas, este texto está: BRUTAL!!!
amei mesmo. apetece-me pegar em certas frase e fazer uma música!
muito bem captado o sentimento.. o momento..
muito bem combinadas certas palavras..
e mais uma vez.. do que falas.. sei.
parabéns!
boa semana para ti
beijinhos
Está incrivel!
Gosto destes textos: à flor da pele, mas sempre sem serem lamecehas.
Parabéns
Beijo
bom, só concordo contigo. as minhas raízes também... enfim...
beijos
Um texto inteligente.
Cumprimentos.
É verdade, nem todos os espelhos sabem ver a verdadeira beleza. Por isso é em frente o caminho, à procura daqueles que sabem ver a nossa verdadeira beleza...
A vida faz-se a desfiar novelos, é uma aprendizagem...se calhar a arte está em sabê-los desfiar...
Bjs. Boa semana.
Desenrolar um novelo é o mesmo que começar a enrolar outro, porque a vida é feita de novelos - quando chegamos ao fim de um logo descobrimos que existe outro...
Muitos beijinhos!!!
... Uma mensagem complexa... Gostei.
Um beijo grande :)
Gosto do teu espaço...
Um beijo na alma
querida velinhas
enrolar e desenrolar novelos, não é estupidez... na minha opinião.
acomodarmo-nos a eles emaranhados, é aceitar a vida (ou a morte) sem luta... é ficar amorfa!
E lá diz o poeta, que importa, que não me festejem a alegria? Se é por isso que eu vivo... quando morrer que me festejem a tristeza, ou quiçá talvez até venha alguem insultar-me à campa...
abracinho, querida
Um fio,
Um fino fio,
de frio em frio,
nada mais tenho para ti,
do que o meu longo abraço.
bjs menina amarela
DesAFIA OS SENTIDOS...
Festeja tu a tua alegria.
Vive.
Beijos
os gatos são tramados! não resistem mesmo a brincar um pouco! ;)
um novelo em meditação tentando desvendar o enigma que há em si.
Muito interessante.
Um beijo.
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