Tuesday, January 09, 2007

Uma morte não é sempre uma morte?

Será que me conseguem ajudar a perceber porquê que sempre que existe um incidente, seja de que tipo for, acidente, sequestro, roubo, etc..., a primeira pergunta que é feita é :
  • Há portugueses entre as vitimas?

Uma morte não é sempre uma morte???



Claro que fiquei triste com a morte do alpinista e dos jornalistas que morreram no Chile mas também com as vitimas dos atentados no Iraque ou com o massacre de uma familia simples e trabalhadora nigeriana.
Uma morte não é sempre uma morte???
O que mais me choca é a exploração que os media fazem quando existe um português entre as vitimas.[Mesmo que seja um descendente de um descendente de um português a residir em França que não sabe uma palavra da lingua de Camões].As televisões começam logo a procurar as familias para fazerem directos de suas casas , mesmo que estas não se lembrem sequer da ultima vez que viram o seu familiar, para chorar em directo e em prime time.
Uma morte não é sempre uma morte???
Se os media chegarem à conclusão que não existem portugueses entre as vitimas, então é a desilusão.E esperam por uma desgraça em África, mas calma, esta tem que ser uma coisa em grande, isto é, com muitas e muitas mortes, para ter interesse.....Se não encolhem os ombros e fazem/publicam reportagens tão interessantes como a influência dos signos na maneira de conduzir dos automobilistas.
Uma morte não é sempre uma morte???


O sangue de um português é mais importante do que o sangue de muitos outros seres humanos????

Uma morte não é sempre uma morte???

Penso que acabo como comecei, sem perceber, talvez por ingenuidade, mas confesso que para mim a morte é sempre uma morte horrível seja ela qual for a sua nacionalidade.

39 comments:

Anonymous said...

A noticia, forma-se de hora a hora, transforma-se, uma verdade agora
ora ora, amanhã existira nova mentira.

bjs
Tiago

Anonymous said...

Para mim, uma morte é sempre uma morte. Só deixou de ser terrível desde há muito.

Terrível, muitas vezes é viver.
A morte é uma inevitibalidade. Tão só isso.

:)

Anonymous said...

há estudos que dizem que quanto maior a proximidade (mesmo que a calamidade seja menor) o choque é maior. Assim, se falarem num português estás a aproximar as pessoas à notícia. Chama-se venda de informação e a televisão ou as notícias são um produto como qualquer outro. Cabe a nós crescermos e educarmo-nos para conseguirmos distinguir o que é importante do que não é e não nos deixarmos levar pelo sencionalismo.

Morte de alpinistas acontecem a toda a hora. Provavelmente não haviam mais notícias ou então o João (qualquer coisa... não me lembro do nome), alpinista português estava lá perto.

De resto está sempre a morrer gente a toda a hora. Vida e morte andam de lado a lado, as pessoas esquecem-se disso.

boa noite velinhas!

Euzinha said...

Velinhas! "uma morte é sempre sim senhora uma morte" seja de que nacionalidade for!as nossas noticias é que são cada vez mais o espelho da sociedade medíocre e hipócrita em que cada vez mais nos afundamos!! E de quem é a culpa??? de todos nós!!!

Também vi a reportagem dos signos e achei deplorável, até pq os piores condutores eram os virginianos...

Bjcas
J

ricardo said...

hi!
qto ao livro...aimda está em analise...depois disso posso sempre emprestar-te...mas...o livro vale a pena estar na tua estante...isso te asseguro!

Beijocas!
;)

Anonymous said...

Hipnotismo em massa... e funciona!

Tirem-lhe a eficácia e desliguem a TV. Há tanto de útil para descobrir que não é dito no Telejornal... :-)

Mas penso que no fundo, Velas, foi essa a conclusão a que chegaste com este post, estou correcto? ;-)

Sea said...
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Sea said...

Um certo egoísmo nacional?

Confesso que sempre me fez confusão, quando há alguma tragédia, acidente ou algo do gênero, começarem logo com a conversa do: "até ao momento, não há nenhum português, entre as vítimas".

Mas, porque raio, é que tem de haver portugueses entre as vítimas, mesmo que tenha acontecido, no local mais longínquo do planeta?

Às vezes, parece que querem mesmo que existam portugueses. E não descansam até encontrarem um que seja mesmo ou um familiar ou um com descendência portuguesa.

A sério, não percebo. Já nem vejo isso, pelo não dar importância às mortes, sejam elas de que nacionalidade, mas sim, querermos ser alguma coisa e que falem de nós, mesmo nas tragédias.

P.S.: alonguei-me... sorry :)
o comment apagado, era meu

Beijo

Anonymous said...

O nosso papel é saber filtrar o que nos entra pela casa dentro sem pedir licença. Dar importância ao que é verdadeiramente importante. Mas isso cabe a cada um de nós. Porque nós tambem temos a nossa quota parte de "culpa" enquanto membros integrantes da sociedade. Já viste as reportagens que são conseguidas com familiares das vítimas? Como é possível após a morte de um familiar fazer um tête-à-tête com um repórter?!...
Sem comentários...e sim, a morte é sempre uma morte e um nascimento é sempre um nascimento!!!
Um beijo

Cusco said...

Alguém que não recordo de momento disse: Um morto é uma catástrofe um milhão e uma estatística. Por vezes nem se ouve a noticia quando se fala no milhão…

... said...

Não concordo muito.
Ou melhor, concordo em parte.
É natural que se estamos em Portugal se questionem se há mortes de portugueses.
Não é questão de o nosso sangue ser melhor.
Eu penso de outra forma.
Acho que pode ser para acalmar algumas famílias portuguesas (que são as que vêm o nosso telejornal) que possam ter familiares nesse local.
Depois o que já me enoja é o aproveitamento jornalístico junto das famílas aqui, caso tenha havido algum desastre com um português.

crispipe said...

Não fazes ideia de quantas vezes eu me fiz exactamente a mesma pergunta.
Subscrevo inteiramente.
Jokinhas

Anonymous said...

"quando eu morrer, não me dêm rosas..."
Frase de uma qualquer musica do Fausto!

Beijinhos
Maçã de Junho

Thiago Forrest Gump said...

Tens toda e completa razão!

Eva said...

Nunca achei que a alma tivesse nacionalidade!

Anonymous said...

O espectáculo está sempre na desgraça dos outros. Quem "fabrica" as notícias, tem que dar sempre um ar de graça à desgraça, não fossemos nós portuguesinhos de gema. Mas é claro que uma morte é sempre uma morte, isso nem se discute.
Bjs.

Anonymous said...

uma morte é sempre uma morte
adorei o texto
dá que pensar
bjs

Anonymous said...

Todas as vidas têm o mesmo valor. Mas os meios de comunicação têm que vender e parece que o factor proximidade rende. **

poca said...

sim... uma morte é uma morte...
morremos todos..
em dias incertos...

nuno portmore said...

Somos todos de morte. Facto.

Mas ainda te chocas com a exploração mediática desta ou daquela (ir)realidade? Por sua causa, ainda estou de olhos virados para o céu, para detectar a primeira cegonha engripada, besta negra que lançará o caos e a devastação em todos os galinheiros do país.

De olhos no céu.

Caramba! Dói-me o pescoço...

Beijos

Anonymous said...

Toda a vida a tem. todas as vidas. e sim, é sempre ELA, em todas as vias...








beijo
te








B.
____________________________

M.Tindo said...

triste é vermos a necessidade dos telejornais de vender a morte, a qual, naturalmente, vale mais se for produto nacional.

já percebeste que notícia só é *grande* se for desgraça? Ao que parece, coisa boa não vende bem, e, desgraça maior, a morte é o negócio mais lucrativo.

Anonymous said...

Nascemos para morrer, felizmente. Bom dia, bjinho.

Isabel said...

Uma morte é de facto sempre uma morte.

Mas nem todas as mortes são iguais.
Tambem não é a nacionalidade do morto que a torna diferente.
Cada morte é uma morte como cada vida é uma vida.

Nem todas as mortes são horriveis.
Há mortes belas.
Mais uma vez como as vidas há vidas horriveis, vidas menos horriveis e até há vidas belas.
Há mortes horriveis.
Mortes menos horriveis.
Mortes belas.

Nada disto depende da nacionalidade tens toda a razão minha amiga.

Quanto aos média... neste aspecto puros vampiros em busca de sangue... pior que estes nem dia dormem e nos dão descanço.

Valha-nos a nossa capacidade de filtragem e algum sentido critico para evitar o processo de estupidificação de que todos somos alvo.

Gostei muito desta tua chamada de atenção...!
É importante haver quem o faça e se isso for ingenuidade então que viva a ingenuidade.

Beijos.

Isabel

Anonymous said...

Olá!

Sim, uma morte é sempre uma morte. Mas sabemos que nos dias que correm até isso serve para aproveitamentos políticos, sociais...comerciais...mediáticos..A nós cabe-nos ser sensatos e usar as armas que temos: indignar-nos!!

Bjs.

Anonymous said...

Uma das unicas coisas que temos todos iguais é a morte. Um abraço.

Anonymous said...

Pesadote o post miuda!
Claro que morte é morte, apesar de haver sempre um poeta que faz dela algo de belo, um artista que faz dela algo de bem feito, e um jornalista que faz dela algo de banal...
...e alguém também tema de post, muito bem feito por sinal.

:|
:)

Beijoca

Diabba said...

para mim, uma morte é sp uma morte!

Sabes o pq dessa preocupação "há um português entre as vitimas"??

Na verdade Portugal é um pais pacifico, sem noticias, nem catastrofes naturais, sem terrorismo, sem nada digno de nota para os morbidos jornalistas k aí por cima pululam.

Só num pais onde nada acontece é que é noticia um acidente de carro "onde não hopuve vitimas!" porra (devem pensar os jornalistas) não podiam ter morrido todos... isso era uma melhor noticia!!

Enfim, aki no inferno a TV está qse abolida!

Beijo de enxofre

Vegana da Serra said...

Ó Velas, não ponhas imagens como a primeira no teu blog...

Sónia said...

Não é justo! é uma e meia da manhã e assim tiraste-me o sono...

Uma morte é sempre uma morte sim, embora eu confesse que quando os jornalistas informam que não existem portugueses entre as vtimas eu me sinta aliviada:Apenas porque assim é menos provável que esteja lá alguém que me é querido.No entanto sou 100% contra o espectáculo televiso

Excelente tema, Parabéns.(Quem me mandou a mim vir a esta hora???)

Beijo para ti

Cris said...

Depois de mortos, a nacionalidade faz de nós, melhores ou piores cadaveres??? O que importa de onde viemos, se vamos todos para o mesmo sítio.

Gostei muito da tua observação!
Um bjo Grande e bom Wk!!

Cris

Hata_ mãe - até que a minha morte nos separe Hugo ! said...

Velinhas...

Quero apenas saudar-te, com muito, muito carinho... e dizer-te que não quero falar do tema do teu post.

Nada me choca, e tudo o que escreves está correcto... e fico por qui, tá bem?

AbracinhoOo

Anonymous said...

isso tem a ver com o interesse jornalistico da noticia. Repara sempre que fosse assassinado 1 pessoa nós tivessemos essa noticia, acho que iamos mergulhar num clima de insegurança e medo. E ás vezes penso nisso...até que ponto nos estão a manipular. Enfim, obviamente que ver ou saber que morre uma cirnaça á fome em Africa é tão ou mais chocante do que a queda do avião no Chile.
Enfim, uma morte é uma morte, é verdade. Mas ficamos mais sensibilizados e abatidos quando nos toca a nós. É o mesmo quando morre alguem de quem gostamos. Sentimos a sua perda mas já nao sentimos a perda de outra pessoa que possa ter falecido nesse mesmo dia...
é complicado, cabe a cada um de nós gerir a situação

Eric Blair said...

Pá, ele há 3 tipos de mortos: os que vão para o inferno, os que vão para o céu, e os que estagiam no purgatório...

Anonymous said...

Anima-te...

Bom fim de semana....

Beijinhos grandes

Anonymous said...

Estou quase como a minha avó:
"Gordura é formosura, meu neto!"
Morreu de um ataque de coração e com colesterol...
... mas tão velhinha!

Agora... fora de brincadeiras!
"Que as vaelas ardam sempre... mas sempre.. até ao fim!"
Beijos "prometidos"!

Anonymous said...

Velas: Muito obrigado pela canção que me ofereceste. Também adoro o Palma!

Devo no entanto clarificar que o meu comentário anterior não visava lançar uma critica ao facto de alertares o "mundo", visava sim, criticar o tal "mundo" :-)

Menina Marota said...

Meu Deus... a comunicação social e a exploração das notícias!

Um dia escrevi no meu blogue um longo texto sobre isso e referente aos incêndios!

A revolta que me causa, não a notícia, mas como é dada a notícia!

Somos pobres... até nisso de noticiar...

Bj :)

Elsa Sequeira said...

Olá!!!
Sim! "Uma morte é sempre uma morte"
é triste, e ver a morte acontecer é-o ainda mais...


Tudo de bom!!


:))