Não te amo!!!
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma - tenho a calma,
A calma - do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai! não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo.
És belo; e eu não te amo, ó belo.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
6 comments:
Acho q isto está nas folhas caídas. Belo livro, pena a edição existente nas bancas ser uma miséria. Já merecia uma edição,, n digo de luxo, mas boa!!!
«Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo.»
Acho que Garrett nao se amava a ele próprio :D
Fica bem,
Miguel
Não é só amor. É muito mais que isso.
Garret era um bom escritor, mas algo estranho a meu ver.
quer e não quer, gosta e não gosta, a dúvida constante...
sabe que quer,"mas amar! ... não te amo, não..."
:)
Amar, verbo mais complexo e atormentador.... Eu amo? tu amas?
Sussurraste, ou gritaste?!
Depende muito da entoação.
:)
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