Tuesday, December 30, 2008

Feliz Ano Novo!



No dia em que a solidão é anunciada como a maior doença do século.
Eu não consigo ficar indiferente..sinto me SÓ e não falo de notas musicais mas de abraços....
Afinal não nos sentiremos todos um pouco sós?!






Desculpem mas não quero brindar ao Novo Ano...





quero dar vos as mãos ...






... ver as estrelas ...




e esperar por 2009! Estamos quase lá...


Feliz Ano Novo!

Monday, December 29, 2008

E viva 2009!_Adolfo Luxuria Canibal(Mão Morta)


Chegamos a esta altura tão enfastiados de festas, de familiares, longinquos que se encontram uma vez por ano, de gastos estupidos e superfluos só porque fica mal não dar presentes, de noite mal dormidas por excesso de doces no estomago, que acabamos invariavelmente por enfiar neste fastio o ano que finda.E enchemo nos de uma esperança infantil de que o proximo vai ser melhor, de que o Mundo vai mudar, de que nós vamos mudar, só porque o calendário altera um algarismo...E obrigamo nos a divertir nos para comemorar essa quimera e fingirmos acreditar que nos divertimos e entramos no novo ano ainda mais enfastiados e ressacados do que estavamos no anterior, já esquecidos dos desejos que acompanham as uvas-passas que simbolizam a esperança de mudança.
Isto se formularmos realmente esses desejos- eu, por exemplo, nunca consegui pensar em mais do que um, que repetia 12 vezes, e era directamente influenciado pela presença feminina que se encontrava no mesmo espaço.É verdade que algumas vezes o desejo formulado se concretizava mas era logo na própria noite, e não creio que as uvas-passas tivessem nisso qualquer influencia, mesmo simbólica.
Senão, porque que se concretizava sempre?Tanto mais que ficavam 365 dias para isso acontecer...Mas, apesar de na vespera o ter repetido 12 vezes, no dia seguinte o desejo era outro:que me dessem um "guronsan", que me deixassem dormir, sobretudo, que não me dissessem que tinha o novo ano todo pela frente!E que me contassem como me havia divertido, como tinha sido divertido, e como para o ano nos iriamos divertir de novo- mas dessa vez eu vou lembrar me, juro, prometo!
Mas este foi desejo ainda não concretizado:ou não me lembro, ou se me lembro, não me diverti!
Mas há esperança, vem aí 2009!

Friday, December 26, 2008

Quero apaixonar-me!

Que estranho destino é o meu que apenas me consente paixões ardentes e me faz esgotar em amores improváveis.

[Aos olhos de deus/José Manuel Saraiva]



dois corpos esmagados.contra a parede.neste momento só existe o número 2.as bocas seladas no beijo.os corpos que não se separaram porque não querem.
saudades do tempo em que estou apaixonada. dos olhos a brilhar por alguém. de os fechar e de mesmo sem ter esse alguém ao lado senti lo. recordar momentos passados há 5 minutos atrás. de achar que a vida é linda porque gosto.


casar nunca fez nem faz parte dos meus pensamentos...viver com alguém não é um projecto...talvez inconscientemente tenha vontade de viver um sonho,já que a maioria dos meus relacionamentos foi longe disso. mas qual..não sei...

ou pode ser só a vontade de uma menina normal, de estar com alguém especial, de me sentir importante...Quero apaixonar-me!

Monday, December 22, 2008

é Natal!

o açúcar dos sorrisos mistura-se
com o sal das lágrimas!

é Natal!

é natal mais uma vez. mas este período para mim é melancólico ou menos feliz, um pouco vazio, talvez por ficar perplexa por ver tanta gente a tentar comprar alegrias. o tempo esse é inflexível, tanto dá tristezas como felicidades. mas, é natal e a data é divina. desejo vos um feliz dia de Natal divinamente comum.

Friday, December 19, 2008

O Natal e as famílias_Isabel Leal

O Natal acaba por ser um tempo de confrontação. Confrontação com a falta de família, com os conflitos de família, com os assuntos pendentes na família, com os limites da família...
Com a aproximação do Natal aumenta o bulício das ruas e as preocupações das gentes.
Independentemente de tudo o que o Natal já foi, e ainda é para grupos restritos de pessoas, temos que, hoje em dia, o Natal é, de facto, a festa da família. Uma festa em que é suposto a família reunir-se, comer guloseimas e trocar prendas.
A primeira e grande questão é mesmo a que resulta do facto das famílias que temos se afastarem bastante das famílias idealizadas que o marketing todo-poderoso não se cansa de promover. Como a distância entre as famílias reais e essas outras que vamos interiorizando que deviam ser é enorme, o Natal acaba por ser um tempo de confrontação. Confrontação com a falta de família, com os conflitos de família, com os assuntos pendentes na família, com os limites da família e também com famílias de que não gostamos ou que não gostam de nós.
Vivemos num tempo de famílias muito pequenas. São muitos os filhos únicos e as famílias à beira da extinção pela não reprodução. São poucas as crianças em fase de fazer do Natal o tempo mágico que se gostaria que fosse. São mais os idosos que os jovens e são muitas as separações e divórcios em todas as gerações.
O simples facto de um casal jovem de filhos únicos, por exemplo, ter que rodar por casa dos respectivos pais, já implica que cada família de origem fique com a sensação de que tem um Natal coarctado. Se este mesmo casal jovem tiver um dos pais em segundas núpcias, a complicação agudiza-se, porque fica logo com dois dias para estar com três famílias. Se, por acaso, um deles tiver um filho de uma anterior relação, o drama instala-se, porque a separação das pessoas mais significativas é incontornável.
Acresce a esta realidade complexa a obrigação de trocar prendas. E as prendas são, como se sabe, uma demonstração, não só do próprio estatuto, mas da importância que se concede aos outros, do cuidado que se colocou na escolha, da atenção que se prestou ao gosto ou às necessidades de quem vai receber.
Por tudo isto, o tempo de Natal é um tempo de teste às famílias. A que normalmente se sobrevive sem grandes recordações nem decepções.

Wednesday, December 17, 2008

prenda minha


Je suis d'un autre pays que le votre, d'un autre quartier, d'une autre solitude.

Je m'invente aujourd'hui des chemins de traverse.

Je ne suis plus de chez vous, j'attends des mutants.

Biologiquement je m'arrange avec l'idée que je me fais de la biologie: je pisse, j'éjacule, je pleure. Il est de toute première instance que nous faconnions nos idées comme s'il s'agissait d'objets manufacturés.

Je suis pret à vous procurer les moules.

Mais, la solitude.

Les moules sont d'une texture nouvelle, je vous avertis.

Ils ont été coulés demain matin.

Si vous n'avez pas dès ce jour, le sentiment relatif de votre durée,

il est inutile de regarder devant vous car devant c'est derrière, la nuit c'est le jour.

Et la solitude.

Il est de toute première instance que les laveries automatiques, au coin des rues,

soient aussi imperturbables que les feux d'arret ou de voie libre.

Les flics du détersif vous indiqueront la case où il vous sera loisible de laver ce que vous croyez etre votre conscience

et qui n'est qu'une dépendance de l'ordinateur neurophile qui vous sert de cerveau.

Et pourtant la solitude.

Le désespoir est une forme supérieure de la critique.

Pour le moment, nous l'appellerons "bonheur",

les mots que vous employez n'étant plus "les mots" mais une sorte de conduit à travers lequels,

les analphabètes se font bonne conscience.

Mais la solitude.

Le Code civil nous en parlerons plus tard.

Pour le moment,

je voudrais codifier l'incodifiable.

Je voudrais mesurer vos danaides démocraties.

Je voudrais m'insérer dans le vide absolu et devenir le non-dit,

le non-avenu, le non-vierge par manque de lucidité.

La lucidité se tient dans mon froc...






La Solitude Léo Ferré
[Sou de um outro país que não o vosso, de outro quarteirão, de outra solidão. Invento-me hoje em atalhos. Já não faço parte da vossa casa, estou à espera de mutantes. Biologicamente, acomodo-me com a ideia que faço da biologia: mijo, ejaculo, choro. É fundamental que moldemos as nossas ideias como se tratasse de objectos manufacturados. Estou pronto para vos arranjar os moldes.
Mas a solidão...
Os moldes são de uma textura nova, aviso-vos. Foram fundidos amanhã de manhã. Se não tiverem desde esse dia o sentimento relativo da vossa duração, é inútil olhar à vossa frente porque de frente é por trás, a noite é o dia.
E a solidão
É fundamental que as lavandarias automáticas, à esquina das ruas, permaneçam tão imperturbáveis como os sinais vermelhos ou verdes. Os ''policias'' do detergente indicar-vos-ão o compartimento onde vos será permitido lavar o que creis ser a vossa consciência e que não passa de uma dependência do computador neurófilo que vos serve de cérebro.
E, apesar disso a solidão...
O desespero é uma forma superior da crítica. De momento, chamá-la-emos de “felicidade”, as palavras que utilizam já não são “as palavras”, mas uma espécie de canal através do qual, os analfabetos se mantêm de consciência tranquila.
Mas...a solidão...
Do Código civil falaremos mais tarde. De momento, queria codificar o incodificável. Queria medir as vossas democracias impossíveis. Queria inserir-me no vazio absoluto e tornar-me o não dito, o não acontecido, o não virgem por falta de lucidez. A lucidez agarra-se às minhas calças …]
Dsc esta minha a tradução que pode não ser a melhor...

Saturday, December 13, 2008

eu sou uma menina

eu sou uma menina.a menina que chora mas também ri.que está em pedaços ou inteira.a menina que cai e como uma mola se levanta.que não consegue. mais vai e tenta outra vez.
eu sou uma menina.a menina que acorda todos os dias. sonha com a realidade. voa.a menina que faz tudo estranho. e igual.renasce e recria no silêncio. compreender me para quê? o sangue escorre. o amor também. escrevo.leio.canso me.trabalho.penso de mais. quero de menos.mas o quê? nada de mais. tudo de menos. gostava de ser uma grande menina pequena. para isso precisava de gostar mais de mim. ter olhos brilhantes. riso descontrolado. chorar para limpar a alma.
irra! preciso de aprender a dizer: "Eu quero mais".

eu sou uma menina.que gostava de ser uma grande menina pequena. para isso vou lutar por ter um história para contar. uma tela a pintar. um coração a bater. um sorriso para dar. uma lágrima que cai. um estranho a conhecer. amigos que revê. uma familia que ama.mas a menina pequena para ser grande precisa também de ter um buraco para se esconder. agora eu tenho o depois de amanhã. o hoje já se foi. o meu tempo já teve vez. eu tenho uma vida para viver..."Eu quero mais".

Sunday, December 07, 2008

afectos


Não se pode viver sem pensar e não se pode pensar sem palavras. Mas as palavras, quando despojadas da vida são a hemorragia, o esvaziamento da alma. A hemorragia das palavras, está a perder a nossa civilização. Os homens e as sociedades estão a esvaziar-se. Vivemos uma existência anêmica porque abusamos das palavras. Os discursos não param. Perdemos a nossa vida em discussões, e em confissões públicas, e em debates, em processos. [...]vamos passar a história com a idade dos processos. Estamos a ser sangrados pelas palavras.

Os nós e os laços
António Alçada Baptista(1927-2008)

Thursday, December 04, 2008

2 sugestões

Que será isto, pensou, e de súbito sentiu medo, como se ele próprio fosse cegar no instante seguinte e já o soubesse. Susteve a respiração e esperou. Nada sucedeu. Sucedeu um minuto depois, quando juntava os livros para os arrumar na estante. Primeiro percebeu que tinha deixado de ver as mãos, depois soube que estava cego.
Ensaio sobre a Cegueira [José Saramago]




Li o livro e vi o filme. Gostei do segundo e adorei o primeiro.
O Ensaio sobre a Cegueira talvez seja o livro que li mais triste, inquietante, cruel mas também feliz. É simplesmente uma obra que voltarei a ler pela minha vida fora porque nunca deixará de ser actual. Infelizmente é um prenúncio do futuro...
O que é a cegueira? De causas médicas não sei mas também não é disso que o livro trata mas sim da interpretação da sua origem..O mundo atravessa uma crise financeira gravissima, a humanidade cega a tudo o resto e vê apenas o valor da sua vida diminuir. Sente se no mundo de hoje o cheiro fétido que nos toca ao longo do livro e que o filme tão bem retrata.
Quantos de nós já estão cegos desta cegueira branca e quantos sobreviverão à epidemia. A que distância estamos do dia em que alguém gritará “Eu vejo” e se alguém será poupado à cegueira geral para ser o olhar que precisamos para viver..
Este livro já me passou pelas mãos e os meus olhos já o beberam…Espero que passe pelas vossas em breve. Acaso não ceguem antes....para o amor ao próximo.







O tema é a própria Arte, ou a Representação da vida pela Arte. Como nas Seis Personagens à Procura de Autor trata-se de Teatro dentro do Teatro e também da relação do teatro com o público. É uma estranha companhia de teatro quem chega à mansão onde vive refugiado o mágico Cotrone com os seus “azarentos” e todos estão sob a ameaça desses ocultos gigantes da montanha. Uma obra chave da dramaturgia do autor e um fascinante ponto de partida para muita reflexão sobre as artes do espectáculo. Disse Pirandello sobre o seu texto que era “a tragédia da Poesia neste brutal mundo moderno”.

"Como podemos nos entender (...), se nas palavras que digo coloco o sentido e o valor das coisas como se encontram dentro de mim; enquanto quem as escuta inevitavelmente as assume com o sentido e o valor que têm para si, do mundo que tem dentro de si?"
[Luigi Pirandello]
Não será a vida uma infinidade de absurdos que nem sequer precisam de parecer verosímeis porque são verdadeiros??

Monday, December 01, 2008

à procura do Sol


a cidade

toda cinza
encapuzada de chuva.

ai que saudade do sol...

paro

tiro o capuz!

são os passos frios da cidade.

tudo chega,

tudo parte,
e sobra
apenas a sombra
do ontem.

chuvoso.
cinzento.

o que fazer??
a mim
apetece me

uma longa espreguiçadeira
e olhar
com saudades
o sol.

acredito

que se nascesse outra vez

seria gaivota.

porque gosta de azul

e sabe voar.

viaja sem por os pés no chão.
e

é Sol...

até quando chove!

Monday, November 24, 2008

Aqui está um desafio que a Gémea me lançou e ao qual não fui capaz de resistir.


Regras:
I. colocar uma foto individual nossa;
II. escolher uma banda/artista;
III. responder às questões somente com títulos de canções da banda/artista escolhido;
IV. escolher 4 pessoas que respondam ao desafio, sem esquecer de avisá-los.




I. Foto:

II. A banda escolhida (minha favorita):U2

III. As respostas:

3.1. És homem ou mulher?Miss Sarajevo

3.2. Descreve-te:Even Better Than The Real Thing

3.3. O que as pessoas acham de ti?If God Will Send His Angels

3.4. Como descreves o teu último relacionamento:Xanax And Wine

3.5. Descreve o estado actual da tua relação com a tua namorada ou pretendente:I Still Haven't Found What I'm Looking For

3.6. Onde querias estar agora?New Year's Day

3.7. O que pensas a respeito do amor?Love Is Blindness


3.8. Como é a tua vida? Stranger In A Strange Land


3.9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo?The Sweetest Thing

3.10. Escreve uma frase sábia: Pride In the Name of Love…One man be trayed with a kiss.

IV. Escolher 4 pessoas:

PavlovDoorman

Poca

Maariah

Dias

Thursday, November 20, 2008


dormir.
antes de dormir
tento imaginar que minha cama não é tão grande
que só cabe uma respiração.
às vezes espero que fique pequena
o suficiente.
ideia fixa.
engraçado é como uma ideia fixa,
pode mudar a vida
ou o modo como a vejo.
para que a falta que sinto
seja dividida por dois
e não acumulada tão grande dentro de mim.
sim.
conheço o sim
o tom da verdade nas horas
que vêm de trás
de tudo de mal que possa haver.
o importante é a vontade
é ouvir
mesmo o que não se quer.
é a palavra certa,das pessoas certas
apesar de todo o resto.
e fazer o que tem de ser feito.

Sunday, November 16, 2008

é inevitável...

calçar os meus sapatos e sair
pode acontecer.
para pisar a relva
e descobrir o seu delicado aroma
de flores rasteiras.
com elas fazer tinta
imprópria para papel
e pintar.
abstracto.
traçar novas linhas
com estas mesmas mãos
em novos chãos.
solos insólitos.
pode acontecer,
pode mesmo acontecer
calçar os meus sapatos
e sair por aí.
é inevitável...

Tuesday, November 11, 2008

aos amigos


passo por um momento de reflexão.não sou forte e não sei deixar de ser chorona.lembro me dos dias do meu aniversário, relembro me das viagens que fiz e não esqueci,dos livros que li, reli e adorei, dos amigos (alguns...) perdidos e outros achados... penso nos que amo e se me amarão da mesma forma.mais ou menos intensa. se as pessoas que quero, me querem sem barreiras; se as pessoas que realmente considero, ao menos olham para mim .... com algum sentimento.

não consigo fugir. uma cabeça à toa... à roda!uma vida inteira de sorrisos e lágrimas, feitos e desfeitos, enlaces e desenlaces, e de tantas companhias diferentes...

ao conhecer alguém, como saber se essa pessoa estará ao meu lado para sempre? como encontrar a genialidade que torna única cada ser humano?não estou a falar de amor, ou pelo menos apenas...estou a falar de pessoas, aquelas que aparecem na minha vida.vêm sem nada nas mãos mas de repente há uma partilha e o amor ou amizade, chamem lhe o que vos apetecer, passa a incondicional.

não são assim os grandes amores e as grandes amizades da vida? nos momentos da minha vida, alegres ou tristes, intensos ou delicados, dramáticos ou de morrer a rir (lembro me sempre da cena de estacionamento das Amoreiras), sempre tive pelo menos 2 grandes amigos ao meu lado, sem contar com a família.

a curiosidade mata.e não deixo de pensar em quem, dos meus amigos, estará comigo daqui a 10 anos. mas sei que gostaria de agarrar cada um deles e atá-los a mim, para que ficassem a vida inteira comigo...

Sunday, November 09, 2008

sinto me no mundo assim...

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem sorte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte,
Sou a crucificada...a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca, Livro de Mágoas
[Parece que o meu mundo está cada vez mais ao contrário....que ninguém me encontra...]

Saturday, November 08, 2008

ontem à noite no Campo Pequeno

Nouvelle Vague e Mélanie Pain





Nouvelle Vague e Nadeah Miranda



Mélanie Pain



Nouvelle Vague e Nadeah Miranda


Nouvelle Vague e Mélanie Pain



Nouvelle Vague

É uma fórmula engenhosa aquela a que Marc Collin, mentor dos Nouvelle Vague, deitou mão. Ele garante que o sucesso do primeiro disco o apanhou de surpresa e nada teve de premeditado, mas se tivesse feito de propósito, talvez não lhe saísse tão bem. Nos Nouvelle Vague, dois discos em carteira e um terceiro na calha, Collin encontrou um veículo de regurgitar canções conhecidas de toda uma geração - a que agora tem entre 20 e picos e 40 anos - num formato acessível e confortável. Êxitos do punk, da new wave e do indie oitentista voltam à ribalta e aos palcos não através do enésimo regresso de banda veterana, mas na forma de versões acetinadas, sensuais e invariavelmente femininas. É assim que "One Hundred Years", o portento suicida dos Cure (elogio!) que abriu o concerto de ontem, no Campo Pequeno, se transforma numa canção de charme vaporosa, na voz da irrequieta Nadeah Miranda, ou que "Bizarre Love Triangle", dos New Order, perde em fulgor pop o que ganha em ponderação de bossa nova.

A fórmula, dizíamos nós, é vencedora e bate a todas as portas daquilo que é, em teoria, o gosto adulto médio: música popular brasileira, pop vagamente jazzy, lounge, dub e reggae em lume brando. Em palco, os Nouvelle Vague vivem muito da presença das suas cantoras; depois da partida, mais ou menos definitiva, de Camille, Martina Celeste e Phoebe Killdeer, todas lançadas em carreiras a solo, Marc Collin recrutou a loura Nadeah Miranda, que ontem maravilhou o público com um vestido curtíssimo e algumas incursões espontâneas pela plateia, e a morena Marianne Elise, mais elogiada pela simpatia "latina" e pelas formas curvilíneas.

Se as suas vozes pouco vão além da competência, Nadeah Miranda e Marianne convenceram pela forma como comunicaram com o público ao longo de duas horas e meia de concerto; em "Dancing With Myself" puseram toda a gente a estalar os dedos, com "Fallen In Love With Someone" apelaram à dança, e em "Blue Monday" fizeram sonhar com cocktails que o bar da Praça de Touros não servia (mas fumar fumou-se livremente, e não só tabaco). No entanto, o ponto de viragem do espectáculo terá chegado com "Too Drunk To Fuck": a loucura de Nadeah Miranda, que depois de tanto provocar os espectadores acabou por desaparecer na plateia durante alguns minutos, pôs toda a gente a entoar o refrão da música dos Dead Kennedys, num dos momentos mais acalorados da noite. Curiosamente, os ânimos acalmaram-se logo de seguida com Mélanie Pain, a menina que assegurara a primeira parte do concerto, a tomar conta de "God Save The Queen", dos Sex Pistols, como quem vela pelo sono de um bebé. Angelical no seu vestido branco de "fille française", a cantora convenceu o Campo Pequeno a cantar em coro o verso "no future" ("é aquela cena dos punks", explicava a nosso lado um espectador aos amigos).

Na recta final do espectáculo, que se prolongou durante vários encores, o maior protagonista acabou por ser o guitarrista e vocalista Gérald Toto, que emprestou um toque ligeiramente tribal a "Heart of Glass" e "Sweet Dreams", com uma conclusão festiva a fazer lembrar os Gogol Bordello, e desacelerou até ao absurdo, na última música da noite, "Relax", dos Frankie Goes To Hollywood. Tanto em palco como entre o público, no entanto, a noite às senhoras pertenceu e na memória é mais provável que sobrevivam a prestação naïf de Mélanie Pain em "Teenage Kicks", "Love Will Tear Us Apart" e "In A Manner of Speaking", ou os espasmos vampirescos de Nadeah Miranda no cabaré negro de "Bela Lugosi Is Dead". Emocionados com a resposta do público a um concerto que garantem ter sido "muito especial", os Nouvelle Vague despediram-se com um convite: no próximo dia 17 de Novembro, o outro projecto de Marc Collin, chamado Hollywood Mon Amour, dá um concerto grátis no Casino de Lisboa, anunciou Nadeah. Pela ovação com que a notícia foi recebida, não faltarão espectadores no regresso de Collin a Portugal, dessa feita para reinventar canções de filmes dos anos 80. Na primeira parte do concerto de ontem, Mélanie Pain mostrou que podia ser a quarta voz das Au Revoir Simone, trio feminino de Nova Iorque que, tal como a francesa, aposta tudo na delicadeza de voz e teclados. Com canções em inglês e francês, Mélanie conquistou adeptos e deixou-nos a pensar qual será o superlativo de "coquete". Com os seus modos de princesa e voz sussurrada, é difícil imaginá-la a viver fora de uma caixinha de música.

Texto de Lia Pereira Fotos de: Rita Carmo/Espanta Espíritos in Blitz

Tuesday, November 04, 2008

pensamentos espelhados e confusos

eu perco me em conceitos .muitas vezes vejo me criança, mas sei me mulher. sou muito mais corajosa que a criança-menina, outras muito mais fraca que a mulher-criança.esqueço me de mim , se sou para os outros o que esperava ser, sem ao menos saber o que realmente sou.criança madura.mulher infantil.
no quarto, escrevo estórias a giz, nas paredes, com os dedos dos pés e dou por mim a rir como se me fizessem cócegas na alma dolorida. invento palavras que até me esqueço da esperança, sabe-se lá de onde....

cada livro cá em casa, conta um pedaço da minha vida. mas nenhum, ou todos eles, sei lá... revelam que também eu já fui menina com sonhos e mágoas. para que serve o amontoado de livros que as estantes carregam?talvez para me lembrar que existo. mas é certo que vivem.comigo. porque a vida não é construída diariamente só de boas coisas, bons pensamentos e bons sentimentos.

o que eu gostava de ter um bom espelho. na porta da minha vida. para quem no meu mundo quisesse entrar com más intenções, ter de se olhar primeiro, depois abrir o trinco e as malícias que o acompanhavam entrarem como palavras...sábias.


Monday, November 03, 2008

6ª feira ...Lá vou eu ter que ir!!!!!

Cara leitora

Parabéns! Você foi uma das vencedoras do Nouvelle Vague voltam a Portugal... quer ir ver? , no site da VISÃO.



Em breve, receberá na morada que nos indicou dois convites para o concerto do próximo dia 7, no Campo Pequeno, em Lisboa.

Divirta-se!









Entretanto, os convites já chegaram a minha casa!

Thursday, October 30, 2008

cada qual vê o que quer


obstáculo
fim de viagem
ou
nova oportunidade de crescer.
irritação
uma tragédia
ou
prova de paciência.
morte
fim
ou
começo de uma nova etapa.
ignorância.
teimosia.
compreeender as limitações ,
percebendo que caminhamos ao nosso próprio passo
e que é inútil querer apressar o passo dos outros,
ou andar num passo que não é o nosso.
cada qual vê o que quer.
eu sou do tamanho que vejo, e não do tamanho da minha altura.
Poema de Fernando Pessoa adulterado por mim

sugestão para o fim de semana


Lisboa vai acolher 2 iniciativas que juntam a diversidade dos sabores gastronómicos à degustação vínica, entre 31 de Outubro e 03 de Novembro.
As acções Encontro com o Vinho/Encontro com os Sabores 2008 (ECV/ECS) e o Gosto de Lisboa decorrem no Centro de Congressos de Lisboa (ex-FIL), sendo que no Domingo, dia 02, pelas 15h, o enólogo da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Bruno Almeida, orienta uma prova de Vinhos Verdes intitulada “100 anos da Região Demarcada dos Vinhos Verdes em Corpo Fresco, Espírito Jovem”.


O Encontro com o Vinho/Encontro com os Sabores 2008 é uma feira de vinhos e gastronomia, que de 31 de Outubro a 02 de Novembro se dirigida aos consumidores e no último dia, aos profissionais da área.


Simultaneamente, decorre a primeira edição do Gosto de Lisboa, um evento gastronómico que reúne dez restaurantes de Lisboa, onde cada um apresenta propostas gastronómicas para degustação a preços de venda ao público entre os 5 e os 15 euros. Cervejaria Ramiro, El Corte Inglês, Eleven, Gemelli, Japa, Na Ordem com Luís Suspiro, Solar dos Presuntos, Terreiro do Paço, Vírgula e XL são os restaurantes convidados para a iniciativa.

A entrada para os dois eventos tem o valor único de 10 euros.

Monday, October 27, 2008


queria palavras para fazer explodir o infinito.
não sinto a luz.os sentidos faltam, não permitindo que beije a cor das folhas caídas deste Outono. não sinto doce há tanto tempo...
falta razão.sinto a loucura, tateio a vida, tropeço em erros, desfaço sonhos e escorrego em ilusões...às vezes.
a sensibilidade não me foge mas queimo me com ferro quente e apanho rosas picando me nos espinhos.um dia furo e sigo.
erro.sei que a minha intensidade mata.tanto caiu às gargalhadas, como contruo um mar de lágrimas, rebento o coração, entrego a alma.sem tostão.
falta me o empurrão.sigo arrastada, suporto o mundo nas costas e dou os braços à solidão .peso de toda a decepção.
sigo alienada, sem olhar o objectivo do ideal, admirando o inútil e convivendo com a carência.às vezes.
ando sozinha, sem pressa, olho para dentro, oiço os meus próprios problemas, controversos, procurando soluções.às vezes. a amizade.é só saudade.desconforto. o contacto com o colo dela ou o ombro dele.estranha companhia.
queria sentir me segura e calma.às vezes.talvez seja o amor que me falta, mas há que confiar no acaso.

Wednesday, October 22, 2008

um poeira 2002

silêncio.na mesa uma quietude.triste e frouxa.o primeiro copo bebido foi de cerveja. uma espécie de cimento fresco para o ardor de quem gosta de vinho. saí. está tudo muito cheio.de gente.de vazio. o ar não se respira.nas mesas, o vinho tinto encorpado é de um escuro sólido. o vinho branco, cristal na transparência verde da uva. a água, essa condensava, sem piada e pesada.
lá fora corre o tempo de um outro mundo.um mundo que não quero meu. daqui onde estou vejo olhares vagos. não há sorrisos. as bocas não têm expressão nenhuma. os gestos são cenas do cinema mudo. fazem-se movimentos com os lábios. pessoas abrem os braços. asas inúteis para voar.
vejo o silêncio.incolor.vou para casa.
na minha sala abro um Poeira de 2002.pego na rolha de cortiça e levo ao nariz a sentir o vinho. tinto.sinto o aroma azedo de madeira molhada.uma cor rubi, corpo redondo e consistência aveludada na boca. pela maciez e suavidade, diria que fora convenientemente envelhecido.guloso.belissimo. os meus olhos brilham. um abrir-e-fechar de olhos.
e bebo.bebo, bebo, bebo.....
agora sim consigo ouvir me respirar.bebo.




“Dá-me vinho, porque a vida é nada"
Fernando Pessoa

Sunday, October 19, 2008

mulher


"Não existe isso de homem escrever com vigor e mulher escrever com fragilidade. Puta que pariu, não é assim. Isso não existe. É um erro pensar assim. Eu sou uma mulher. Faço tudo de mulher, como mulher. Mas não sou uma mulher que necessita de ajuda de um homem. Não necessito de proteção de homem nenhum. Essas mulheres frageizinhas, que fazem esse gênero, querem mesmo é explorar seus maridos. Isso entra também na questão literária. Não existe isso de homens com escrita vigorosa, enquanto as mulheres se perdem na doçura. Eu fico puta da vida com isso. Eu quero escrever com o vigor de uma mulher. Não me interessa escrever como homem."
Lya Luft

Friday, October 17, 2008

ao meu cão Jimmy(12.07.1990-17.10.2004)

Descansa. Dorme. Que levo o teu nome no espaço do meu nome. Descansa. Não vou deixar que te aconteça mal. Não devia ter deixado que te acontecesse mal. Uma semana. A semana. Mas havia esperança (qual?! pergunto-me agora). A esperança. Só a esperança. Nada mais. Chega-se a um ponto em que só há ela e então...temos tudo. Depois não temos nada. Mais nada. Não te aflijas, sou forte, sou capaz. Sou mesmo. Reconheço-te, porque não te esqueci. O tempo é novo sem ti e sempre contigo. Não te preocupes, eu oriento-me. Gostava que agora, apenas uma pena inconsequente parasse a olhar para dentro de mim e após olhar....segui-se em frente. Mas não. ONDE ESTÁS? Que me deixaste a gritar, onde estás? Só! Estar só é muito mais do que conseguir dize-lo. Só. Gostava de te ver. Precisava de te ver. Mas não. Nunca mais. Nunca mais. Dorme. Foste tanto. Dorme. Eras um pouco imenso em mim. Descansa. Ficou a tua vida em mim. Ficaste todo em mim. Nunca esquecerei.
Texto copiado de Dorian Gray

Sunday, October 12, 2008

estou como o dia...está negro.


farta de mim
e
cansada dos dias.
se me olhar ao espelho acho que sou capaz de me bater.
a cabeça pede,
a alma também
um pouco mais de calma.
eu sei
que a vida não pára,
não pára!

Thursday, October 09, 2008

tic tac


eu...

será que amo? sinto raiva? rio ? choro ? penso? desejo?
eu...

tenho medo ?sinto me sem rumo ?passo o tempo a adiar a felicidade ?

eu...

e os meus sentimentos ?será que ponho debaixo do tapete as angustias ?

será que ignoro os momentos bons?

o meu tic tac consome o eu.

o eu que ainda tenho.

será que sei o que me faz feliz ?prefiro ouvir ? ou falar?
eu...
a querer mudar

e a não conseguir ser de outra maneira.

eu...
a certeza de que devo arriscar...
a dúvida se será sempre assim a minha vida .

o meu tic tac consome o eu.
o eu que ainda tenho.

incertezas...certezas...

tic-tac, tic-tac,
o tempo não para...
tic-tac, tic-tac,
o tempo não para...
eu...

tenho que ser feliz entre as brechas do tempo...
terei tempo ?
o meu tic tac consome o eu.

o eu que ainda tenho.



porque deixo de ir, porque os dias se sucedem, porque volto, porque tenho surpresas tristes, porque sinto, porque não tenho intenção de me magoar, rsrrsrss......

Tuesday, October 07, 2008

atchimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

Tenho febre, dor de garganta, a cabeça pesa e o nariz não para de pingar...

Remédios caseiros como chá de limão ou aguardente com mel (claro que prefiro esta ultima...ups...o álcool, o álcool) fazem bem a estes estados gripais mas custa me tanto levantar do sofá, onde estou enroladinha numa manta, para ter que fazer qualquer coisa...

Amanhã volto...
Espero que melhor da gripe....
Espero que com melhor cara
Espero que mais feliz.
Amanhã volto...

Monday, October 06, 2008

2 em 1!


Hoje é segunda-feira e o Sporting perdeu...



Viva o Sporting !! E a mim que o continuo a apoiar!!

Friday, October 03, 2008

J de irmão

Claro que não beijei mas sabes que beijei: és o meu irmão João. Aquele a quem me une um silencioso princípio de vasos comunicantes. E com que alegria repito isto dentro de mim: o meu irmão João. O meu irmão João para sempre.
[Visão_António Lobo Antunes Sexta-feira, 26 de Setembro de 2008]




Li , como faço sempre a crónica de ALA na Visão e emocionei me. Na sorte que é ter um irmão mas dos bons. Assim como eu tenho, um irmão presente, critico mas incondicional. Ah!E o meu mano também é J!
Nem todos tem essa sorte, uns porque os têm mas não sabem por onde andam, outros porque são únicos.Não invejo nenhuma das sortes...
Ao ter o MEU irmão sei que nunca estarei sozinha.Sei que tenho alguém que gostará sempre de mim. (Devem estar a pensar..também é irmão dela se ele não gostar quem é que gosta?!..)
Neste amor, o único no qual acredito em que há almoços de borla,onde existe quem nos quer ver bem se possivel melhor do que a si próprio e pelo qual eu morria.
Não trocava o meu irmão por nada nem por ninguém.
O meu irmão é quem eu mais gosto no mundo!
Não sei porquê mas tinha de escrever este texto...há coisas que têm que ser ditas
.

Tuesday, September 30, 2008

esquisitices

estou inteira.
inteira mas feita de água.
caí de dentro de mim. como um copo. entornado, esperando que o vento apareça para me secar.
inteira mas nervosa.
uma água revolta.
revolta em mim. como as ondas a quebrar na areia.debato me.
inteira mas a gritar.
por dentro.grito para que me deixem ser. quero a minha espontaneidade, a fala solta.o direito de ser. livre.
inteira mas retorcida.
a engolir em seco. a verter água pelos olhos. libertando o imenso mar que existe dentro de mim.
inteira mas com saudades de colo.
um gritinho emudecido escondido pela rouquidão.
estou inteira
mas sou uma tonta.

"E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar."
Clarice Lispector.

Monday, September 29, 2008

Friday, September 26, 2008

os canários são calmos, mas algumas aves podem ser mais agitadas

"A dor é bactéria, cuspo viral, réptil viscoso que faz ninho.Assim que nos entra, nunca mais nos deixará. Mastiguemos ambas as palavras:nunca mais.Invade nos silênciosa.Mistura se com todo o sangue e tripas que há em nós, comanda nos sem se deixar ver.
...Julgamos, muitas vezes, que a dor já lá não ha de estar, confiantes no grande remédio que nos ensinam cura tudo.
O tempo.
E contudo há sempre um dia, um acontecimento, uma conversa, uma situação que observamos, ou esse tal objecto insignificante que reencontramos.
E a serpente morde nos outra vez os tendões."
[Canário_Rodrigo Guedes Carvalho]

Acabei de ler Canário do Rodrigo Guedes Carvalho e não gostei, simplesmente adorei. É um livro de afectos, desejos, ambições e medos, uns exteriorizados, outros escondidos, porque socialmente é melhor parecer do que ser.Várias histórias paralelas e que descobrimos unirem se num só ponto.Histórias que a determinada altura se unem por uma coincidência que se vem a verificar não ser feliz.
Geraldo, um jovem preso que viu a sua vida desmoronar se no dia em que mata o amante da mãe depois de este a ter agredido mais uma vez.Maria Antónia,mulher de um escritor famoso, que se anulou voluntariamente por de um amor desgastado e vazio de afectos, uma familia que considerava imaculada.Camila, filha do escritor, mulher fragil, com um pai ausente e uma mãe mal amada. Impotente perante um filho autista e a dor de um casamento que acabou por ter um marido fraco incapaz de lidar com o desequilíbrio que a doença de Pedro provocou na conjugalidade.Alexandre, escritor famoso e consagrado, como tal egocêntrico e obcecado por ser criativo em cada livro que cria. Toda a sua vida feriu emocionalmente os que o rodeiam anulando as suas identidades e revelando o seu profundo narcisismo. É ele o ponto comum de todo o livro.
Ao longo do livro, vivemos imposições sociais e conflitos emocionais a que não escapamos incólumes, ou por vivermos entre grades de uma cela, ou porque algemas invisiveis nos prendem as mãos.Algemas que herdamos, da familia e da sociedade, e que no fundo, bem lá no fundo até alimentamos com mais ou menos luta numa sociedade, que nos rouba os afectos. Paradoxalmente, os mesmos afectos que todos precisamos, procuramos e resgatamos de quando em vez. Afinal, todos somos também canários…

Wednesday, September 24, 2008

Parabéns Papá e Mamã!

Descalça vai para a fonte

Leonor pela verdura;

Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,

O testo nas mãos de prata,

Cinta de fina escarlata,

Sainho de chamelote;

Traz a vasquinha de cote,

Mais branca que a neve pura.

Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,

Cabelos de ouro entrançado

Fita de cor de encarnado,

Tão linda que o mundo espanta.

Chove nela graça tanta,

Que dá graça à fermosura.

Vai fermosa e não segura

Uma bébé é sempre uma alegria! Fiquei tão feliz!

L,
Meu querido Amigo,
Hoje há uma estrela muito brilhante no Céu que sorri.
Sorri. Solta gargalhadas.Sorri!
Sorri porque vê o seu menino feliz! Muito feliz!
O seu menino muito feliz com menina dele.
E uma Mãe gosta sempre de ver o seu menino feliz!
Eu acredito, Papá!

Saturday, September 20, 2008

Wednesday, September 17, 2008

Será que as coisas podem realmente mudar? Não sei...

núvens negras
chuva miudinha.
o passado,
presente
e futuro.
núvens negras
o horizonte
apenas
núvens negras
olhei para trás.
estou de costas
não para o que fui
mas para o que sou.
é tudo o que tenho.